Constâncio admite crescimento económico perto dos 1,7% este ano - TVI

Constâncio admite crescimento económico perto dos 1,7% este ano

Vitor Constâncio

(Notícia actualizada)

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O governador do Banco de Portugal (BdP), Vítor Constâncio, admitiu esta quarta-feira uma nova previsão de crescimento económico para Portugal este ano. De acordo com o mesmo, este indicador «deverá ficar entre os 1,3 por cento previstos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e os 2%», que eram a previsão do BdP desde Janeiro.

Constâncio, que se encontra numa Comissão de Orçamento e Finanças no Parlamento, precisou ainda que o novo valor de crescimento económico «deverá ser próximo dos 1,7% que a Comissão Europeia previu recentemente».

O governador continua a considerar que o FMI está muito pessimista no que se refere à sua previsão para o crescimento da economia portuguesa em 2008, mas também no que se refere à previsão para a Zona Euro, onde o Fundo aponta para uma expansão de 1,4%. Uma perspectiva que, para se concretizar, «implicaria que a Zona Euro entrasse em recessão na parte final do ano», o que é «difícil» de acontecer.

De resto, diz Constâncio, «este é um ano que, tanto na Europa como em Portugal, se beneficia de alguma inércia, sobretudo no investimento».

«Obviamente era impossível que Portugal ficasse imune à desaceleração internacional», admite Constâncio, para quem, acredita, é possível que o nosso País cresça «ligeiramente acima» da Zona Euro este ano.

Economia mostrou resistência à turbulência externa

Uma hipótese que não chega para animar o responsável do Banco de Portugal, já que «estamos a falar de números de crescimento que não são entusiasmantes». Constâncio lembrou que, depois de termos crescido a um ritmo de 0,6% ao ano entre 2000 e 2005, Portugal se expandiu 1,3% em 2006 e 1,9% em 2007. Embora não sejam valores animadores, a verdade, sublinha, é que «a recuperação nacional acompanhou, quantitativamente, o ciclo europeu. E trata-se de uma recuperação consistente», garante.

Entre as boas notícias está também o facto de, durante a turbulência financeira internacional, que começa a reflectir-se na economia real, Portugal não ter mostrado «factores específicos negativos que prejudicassem a sua reacção. Isto revela a capacidade de resistência da nossa economia e também do sector bancário», acrescentou o governador.

Sobre a crise financeira, Constâncio admitiu, à saída, em declarações aos jornalistas, que «tem efeitos mais prolongados que outras crises que se conheceram».
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