Os empresários garantem que «o défice real das contas públicas é bastante superior ao apresentado pelo Governo, faltando contabilizar os elevados montantes devidos pelo Estado aos fornecedores, com os atrasos nos pagamentos a repercutirem-se depois, em cadeia, ao resto da economia».
E, num comunicado em que faz o balanço do ano que agora terminou, a Associação Empresarial de Portugal (AEP) acrescenta que este fenómeno «ter-se-á agravado na parte final do ano, sendo do conhecimento da AEP a suspensão de pagamentos, a partir de Outubro, por parte de muitas tesourarias públicas».
A associação sublinha, como factor positivo, a redução do défice orçamental para um valor compatível com o limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC).
No entanto, nem tudo é bom nesta notícia, já que, para os empresários, «a melhoria foi conseguida à custa do aumento da carga fiscal e parafiscal que, segundo a estimativa do Governo, atingiu um máximo histórico na série corrigida de medidas extraordinárias (37,1% do PIB, mais 0,4 pontos percentuais que em 2006)».
Também no que se refere à despesa, que cresceu 2,4%, reduzindo o seu peso no PIB para 45,4%, a AEP sublinha que a melhoria foi conseguida «à custa de medidas puramente conjunturais (como a política de contenção salarial e o refreio ao investimento), e não como resultado de uma prometida reforma da Administração Pública que tenha efeitos estruturais irreversíveis».
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Empresários acusam Estado de ter suspenso pagamentos desde Outubro
- Redação
- PGM
- 4 jan 2008, 12:41
![Empresas](https://img.iol.pt/image/id/250888/1024.jpg)
Atraso nas entregas a fornecedores agravou-se no final do ano
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