Esquerda esmaga direita em noite histórica para PS - TVI

Esquerda esmaga direita em noite histórica para PS

O rosto do próximo primeiro-ministro de Portugal

O PS alcançou uma vitória histórica ao conseguir a sua primeira maioria absoluta de sempre, enquanto o PSD sofria a maior derrota desde 1983 e Paulo Portas abandonava a liderança do CDS-PP.

A inversão da tendência de queda da CDU que se vinha registando desde 1985 e a quase triplicação dos deputados do Bloco de Esquerda foram outras notas dominantes das eleições legislativas antecipadas.

Os resultados eleitorais tiveram ainda tradução directa na convocação de congressos extraordinários do PSD e do CDS/PP para escolha de novas direcções.

Contudo, só o líder do CDS/PP, ao assumir que falhou os quatro objectivos que se tinha proposto nas legislativas, anunciou de imediato a sua demissão, enquanto Pedro Santana Lopes, líder dos sociais democratas, anunciava a convocatória do congresso extraordinário sem esclarecer se se demite ou se se recandidata.

José Sócrates foi o grande vencedor da noite eleitoral, conseguindo não só o objectivo da maioria absoluta, com 120 dos 230 deputados da Assembleia da República, como ganhar em todos os círculos eleitorais do continente e ilhas, à excepção de Leiria e Madeira.

Com 45,05%, o PS registou a terceira maior votação de sempre num só partido, só superada pelas maiorias absolutas do PSD de Cavaco Silva em 1987 (50,22%) e 1991 (50,60%).

Jerónimo de Sousa, que substituiu Carlos Carvalhas na liderança do PCP em Dezembro do ano passado, foi outro dos vencedores, conseguindo inverter a tendência de queda da CDU que se vinha verificando desde 1985 ao eleger, com 7,57% dos votos, 14 deputados, mais dois do que nas últimas legislativas.

Apesar de ganhador, o Bloco de Esquerda (que, com 6,38%, subiu de três para oito deputados) não conseguiu impedir a maioria absoluta dos socialistas de forma a condicionar as políticas do PS.

No lado dos vencidos, o PSD foi o que sofreu a mais pesada derrota, pois perdeu 542 mil votos nas eleições de domingo, face às anteriores legislativas, caindo de 40,15 para 28,7% dos votos expressos, o que se traduz na perda de 30 deputados, ficando com 72.

O CDS/PP, com 7,26% e 12 deputados, foi outro dos partidos derrotados nas urnas, perdendo dois deputados e passando de terceira a quarta força política, atrás da CDU.

A noite eleitoral fica assim marcada por uma vitória de todos os partidos da esquerda e por uma derrota dos partidos da coligação de governo, cuja soma não chega a atingir os 36%.

José Sócrates, o futuro primeiro-ministro, prometeu colocar a vitória «ao serviço da modernização do país» e continuar o movimento da Novas Fronteiras, que dera o primeiro impulso à campanha dos socialistas.
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