Furacão deixa Nova Orleães submersa pelo caos - TVI

Furacão deixa Nova Orleães submersa pelo caos

Katrina - Manchete

A anarquia reina na cidade de Nova Orleães, enquanto as autoridades pedem paciência às populações do Luisiana, Mississippi e Alabama que esperam por ajuda de emergência depois da passagem do furacão Katrina.

Saques, disparos, violações, cadáveres abandonados, lixo, águas de esgoto e milhares de sobreviventes que deambulam pelas ruas inundadas de Novas Orleães são o panorama da principal cidade do Estado do Luisiana.

O director da Administração Federal para a Gestão de Emergências (FEMA), Michael Brown, resumiu a situação em Nova Orleães, ao sublinhar que as suas unidades de auxílio e resgate estão a operar sob «condições de guerra urbana».

Fontes do Pentágono anunciaram que nos próximos dias 30.000 efectivos da Guarda Nacional e 3.000 soldados do Exército serão enviados para Nova Orleães para restabelecer e manter a ordem.

Entretanto, os saques e tensões em Biloxi (Mississippi) parecem dissipar-se depois da chegada de efectivos do Exército de Salvação, que começaram a distribuir comida.

Os novos contingentes enviados para a região elevam para cerca de 50.000 o número de soldados da Guarda Nacional e militares de outras unidades que participam no que as autoridades qualificam como a maior operação de ajuda e segurança na história dos Estados Unidos.

As autoridades ainda não divulgaram dados oficiais sobre o número de vítimas, embora esteja confirmado que pelo menos 185 pessoas morreram no Mississipi.

O director da FEMA considerou, contudo, que o número de mortos deve ultrapassar os mil.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pediu paciência às populações e sublinhou que os esforços para disponibilizar ajuda estão a decorrer da melhor maneira possível.

«Sei que este é um momento de agonia. Peço paciência à medida que se vão realizando as operações de assistência», afirmou.

Depois de aprovar quarta-feira a abertura da Reserva Petrolífera Estratégica, Bush envio ao Congresso um pedido de ajuda de emergência no valor de 10.500 milhões de dólares.

A medida foi aprovada por unanimidade no Senado e deve receber hoje luz verde da Câmara dos Representantes, disseram fontes legislativas.

O governo dos Estados Unidos também alertou hoje para a possibilidade de «terroristas islâmicos» aproveitarem o caos para provocar maiores danos.

Nem o governo federal nem os governos estatais decretaram a lei marcial nas zonas onde centenas de milhares de pessoas procuram comida, medicamentos e abrigo.

A percepção de que o governo de Bush respondeu de forma lenta e insuficiente à crise tem levado a críticas e dúvidas sobre os planos para lidar com emergências anunciados e elaborados nos últimos quatro anos, depois dos atentados de 11 de Setembro em Nova Iorque e Washington.

Cinco dias depois da passagem do Katrina em Nova Orleães, a cidade continua a ser um grande tanque de água contaminada, onde estão isoladas 60.000 pessoas sem alimentos, medicamentos e água potável em quantidade.

O furacão Katrina, que atingiu principalmente os Estados do Luisiana, Mississippi e Alabama, foi considerado como um dos piores da história dos Estados Unidos.
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