Laboratórios farmacêuticos são pouco transparentes - TVI

Laboratórios farmacêuticos são pouco transparentes

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Um estudo da Associação Portuguesa para a Defes a do Consumidor (DECO) concluiu que a maioria dos laboratórios é pouco transparente e usa o patrocínio a grupos de doentes e médicos, bem como campanhas sobre doenças, para promover medicamentos.

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De acordo com um estudo publicado na edição de Abril/Maio da revista «T este Saúde», a maioria das empresas farmacêuticas «peca por falta de transparência».

O objectivo do estudo foi «verificar a política das empresas farmacêuticas em matéria de responsabilidade social?», tendo sido investigadas 14 das empresas mais importantes a trabalhar nesta área em Portugal.

Segundo o artigo da revista, «as políticas de responsabilidade social [preocupações sociais e ambientais por parte das empresas nas suas operações e na sua interacção com outras partes interessadas] das empresas farmacêuticas estão ainda pouco desenvolvidas».

O estudo revela que «a maioria das empresas estudadas pelas associações de consumidores europeias peca por falta de transparência».

Estas empresas, prossegue a DECO, «usa o patrocínio a grupos de pacientes e médicos e campanhas de informação sobre doenças como forma de promover os s eus medicamentos».

A associação constatou ainda que «as autoridades responsáveis, nomeadam ente a Agência Europeia do Medicamento, são muito permissivas em relação a estas empresas».

Um dos exemplos indicados na revista refere-se aos efeitos indesejáveis dos medicamentos: «Antes de colocar o medicamento à venda, a indústria avalia a sua eficácia e efeitos secundários através de testes em animais de laboratório (primeiro) e, depois, no Homem».

A venda dos medicamentos «só será permitida se houver provas de que os ganhos para o doente são superiores aos riscos».

Contudo, «estes estudos não permitem identificar todos os efeitos secundários», pois «alguns só surgem quando o medicamento é utilizado em larga escala , por milhares de pessoas».

Apesar de existir um organismo público responsável por essa farmacovigi lância - o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) - a DECO realça que «a informação catalogada não está acessível ao público», o mesmo acontecendo com a Eudravigilance, a base de dados europeia que reúne os efeitos secundários.

«A Agência Europeia do Medicamento, que controla os medicamentos na União Europeia, também não tem demonstrado muita actividade nesta área», lê-se na revista.

A DECO considera «indispensável» uma «melhor avaliação dos medicamentos», antes de ser autorizada a sua venda.

«As firmas deveriam ser obrigadas a divulgar os resultados de todos os estudos sobre os fármacos», lê-se no artigo.
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