Mais de um quarto do rendimento das famílias vai para a casa - TVI

Mais de um quarto do rendimento das famílias vai para a casa

Despesas

Quase 30% vão para alimentação e transportes

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Habitação, alimentação e transportes absorvem 55% do rendimento das famílias portuguesas. A conclusão é do Inquérito às Despesas das Famílias, cujos dados reportam aos anos de 2005 e 2006. Com a subida das taxas de juro desde então, será seguro afirmar que, actualmente, o peso desta categoria nas despesas totais das famílias será certamente muito superior.

O mesmo documento revela que o rendimento líquido anual das famílias atingia na altura, em média, de 22.136 euros, o que traduz um rendimento mensal líquido de 1.845 euros, por agregado familiar. Face aos dados do inquérito realizado em 1999-2000, estes valores traduzem um aumento de 2,1%.

Em termos de despesas, a média anual por família era de 17.607, dos quais a maior fatia, de 26,6 por cento (4.691 euros), era destinada à habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis. Outros 15,5% (2.736 euros) destinavam-se a bens alimentares, bebidas não alcoólicas e tabaco e 12,9% (2.272 euros) em gastos em transportes.

Alteração já vinha da década de 90

A evolução da estrutura das despesas dos agregados familiares portugueses ao longo da década de 90 foi marcada pela decrescente importância relativa da classe respeitante a produtos alimentares e bebidas não alcoólicas que, em 1989, 1995 e 2000 representou, respectivamente, 29%, 21% e 19% da despesa total (a preços correntes).

Pela primeira vez, em 2000, esta classe cedeu a primazia, em termos de posição relativa no conjunto da despesa, à «habitação; despesas com água, electricidade, gás e outros combustíveis» (20% do total).

Em terceira ordem de grandeza já surgiam em 2000 os «transportes», que pesavam 15% na despesa dos agregados, tal como em 1989 e 1995.

Lisboa com maiores rendimentos, maiores despesas e menor risco de pobreza

Na análise por regiões, Lisboa tinha o rendimento médio mais elevado, de 27.463 euros por família, em termos líquidos e por ano. Paralelamente, esta era também a região com a maior despesa média anual, de 20.715 euros.

No outro extremo, o Alentejo apresentava os menores rendimentos médios por família: 18.276 euros por ano, pelo que a despesa média registada era também a mais baixa, 14.067 euros.

Em termos de risco de pobreza, Lisboa apresentava a taxa mais baixa, com 12%, enquanto que as taxas mais elevadas cabiam à região do Norte e à Região Autónoma da Madeira, onde 19% da população tinha rendimentos inferiores ao limiar da pobreza.

Famílias com crianças gastam mais 50% que as outras

O inquérito conclui ainda que, por cada 100 euros gastos pelas famílias sem crianças ou jovens, as que têm menores dependentes gastam 150 euros, ou seja, mais 50%. As primeiras estavam, no entanto, em maioria, com 58% do total.

Em termos de distribuição geográfica, 71% das famílias vivem em áreas urbanas.

A grande maioria dos agregados (75,8%) vive em casa própria e com níveis de conforto básico elevados, já que 99,7% dispunham de electricidade, 98,5% tinham água canalizada, 97,4% tinham sistema de esgotos e 95,8% apresentavam instalação sanitária.

Telemóveis disparam

Há dois ou três anos atrás, 81% da população possuía telemóvel, um forte crescimento face aos 47,4% registados em 2000.

Pelo contrário, a posse de telefone fixo já estava a baixar desde o início da década, passando de 75,5% em 2000 para 68,7% em 2005/6.
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