Mercado automóvel vai estagnar em 2006 com recentes aumentos da carga fiscal - TVI

Mercado automóvel vai estagnar em 2006 com recentes aumentos da carga fiscal

Carro Cinzento

O mercado automóvel português deverá estagnar este ano, depois da ligeira subida de 1,6% registada durante o ano passado, no segmento dos ligeiros. A Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP) diz que os ligeiros de passageiros deverão vender menos 0,2% e os comerciais ligeiros apenas mais 0,6%.

Contas feitas, este ano deverão vender-se 273.215 carros no nosso País, com o mês de Janeiro a apresentar já uma queda ligeira face ao homólogo. Uma estagnação que resulta do contexto económico negativo, especialmente da previsão pouco optimista no que toca ao consumo privado. As vendas para rent-a-car representaram 11,3% do total.

Nos últimos cinco anos, ou seja, desde 2000, o mercado de ligeiros caiu 33,5%, com os comerciais a registarem uma descida de 42,1% e os de passageiros a recuarem 29,9%. Nos pesados, e em apenas 25 anos, o mercado caiu para metade.

O curioso é que, segundo a análise da ACAP, apesar da queda das vendas, a receita fiscal de Imposto Automóvel (IA) não acompanha essa queda. Factos que levam o presidente da ACAP, Fernando Martorell a considerar que «a carga fiscal tem vindo a aumentar. As pequenas alterações que têm sido introduzidas nesta matéria nos últimos anos têm levado a um aumento significativo da carga fiscal», disse, em conferência de imprensa.

Carros a gasóleo representam mais de 60% das vendas

Em Portugal nota-se, como no resto da Europa, uma dielização muito rápida do mercado, com os modelos a diesel a representarem em 2005 63% das vendas, face aos 13% de 1996.

Em 2005, o segmento médio-inferior ultrapassou o segmento inferior em termos de vendas. Quer isto dizer que são agora menos os portugueses a comprar carros dos segmentos mais baixos, apesar da crise económica. O segmento inferior representou, no ano passado, 36,5% do mercado, o médio-inferior 40,6% e o médio-superior 14,7%. Os económicos representam apenas 3,1% do mercado, mais do que o segmento superior (2,4%) ou os todo-o-terreno (2,2%). O segmento das marcas de luxo representa apenas 0,4% do mercado, uma quota que a ACAP garante que é das mais baixas da Europa, devido ao IA praticado em Portugal.

Para Fernando Martorell, o facto de ser agora o segmento médio-inferior a liderar as vendas «não se deve a qualquer melhoria das condições económicas ou de vida das pessoas, mas sim ao aparecimento de modelos, neste segmento, de cilindradas mais baixas, que tomaram conta do segmento».

Em termos de marcas, os maiores aumentos de vendas no ano passado couberam à Opel, Ford, Seat, Toyota e Citroën, enquanto as maiores quedas foram da Fiat, Mercedes, Volkswagen, Renault e Peugeot. No ano passado, os portugueses compraram mais Mercedes do que Fiat.

Um automóvel por cada três pessoas

A cilindrada média dos carros comprados pelos portugueses é de 1.526 cc, uma das mais baixas da Europa, a potência média ronda os 72 cavalos e a emissão de CO2 os 143g/km. Em Portugal, existe um automóvel por cada três habitantes, uma média inferior á da média europeia, o que leva a ACAP a considerar que «o mercado português não é ainda um mercado maduro, tem um grande potencial de crescimento».
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