Mercado livre de energia é um «nado-morto» - TVI

Mercado livre de energia é um «nado-morto»

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O presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), Abel Mateus, disse hoje perante uma comissão parlamentar que o mercado livre de energia é hoje «uma espécie de nado-morto».

«Hoje já ninguém quer comprar energia no mercado livre, este mercado está a morrer», afirmou. Tudo porque, quando foi criado, ninguém esperava que os preços subissem tanto como subiram. Um aumento que, segundo Abel Mateus, se deveu à subida na cotação do petróleo.

Para o responsável, o avanço do Mercado Ibérico de Electricidade (Mibel) é fundamental para o funcionamento concorrencial do mercado único europeu de energia. Para isso é também importante aumentar a interconexão com os mercados espanhol e francês, o que permitiria baixar os preços, mas que tem sido «bloqueado pelo Governo espanhol», alegou o responsável.

A AdC está também a estudar a OPA lançada pela Endesa sobre a Gás Natural, por ter impacto no mercado português. «O papel da AdC é acutelar o impacto que um eventual aumento dos preços no consumidor em Espanha, provocado pela operação, pode ter nos preços das importações em Portugal.

Estudo sobre cada componente energética

A entidade está ainda a ponderar um estudo sobre a eficiência de cada componente energético e seu impacto nos preços.

Sobre a redução das tarifas industriais em detrimento das praticadas aos consumidores domésticos, na electricidade, Abel Mateus disse aos jornalistas que os preços devem ser estabelecidos em função da oferta e da procura. «Os preços subsidiados implicam um aumento da procura, o que não é eficiente», disse, acrescentando que «a manipulação de preços reduzindo o seu impacto a apenas um segmento» não é positivo.
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