Parceiros sociais abertos ao aumento da idade de reforma - TVI

Parceiros sociais abertos ao aumento da idade de reforma

Velha

O ministro do Trabalho, José Vieira da Silva, diz que há uma maior abertura para às propostas de reforma da segurança social por parte dos parceiros sociais.

«Houve um ambiente de reconhecimento de gravidade dos problemas e, por parte da maioria dos parceiros, uma valorização positiva de algumas das principais propostas que o Governo fez», referiu o ministro, esta segunda-feira, à saída da concertação social.

Um dos aspectos mais bem acolhidos pelos parceiros foi a questão do prolongamento da vida laboral, no entanto, esta reunião, disseram os presentes, foi apenas de debate de propostas.

«Nenhum de nós pode ter o direito de se arvorar que terá uma proposta milagrosa para resolver problemas da sustentabilidade da segurança social. Há que haver humildade da parte de todos», afirmou José António Silva do CCP.

«É evidente que houve alguns choques na reunião entre posições sindicais e o Governo. Consideramos que tem que ser uma discussão global (dos mecanismos complementares da segurança social) e que tem que ter em conta a necessidade das medidas serem graduais. O entendimento é desejável nesta matéria», comentou João Proença da UGT.

Da Confederação do Turismo Português (CTP), Atílio Forte disse estarem disponíveis para chegarem a um consenso e ainda se mostrou bastante contente com a questão da reforma gradual, mas não com o indexante da taxa social única ligada à natalidade.

«Quanto à esperança média de vida concordamos que a perspectiva do governo é mais correcta do que a anglo-saxónica, perfilada em Inglaterra e na Alemanha, do aumento puro e duro do aumento da idade da reforma». Quanto aos indexantes, considerou que não devemos ter dois. «Entendemos que se deve ir apenas pela taxa de inflação do ano imediatamente anterior, ou seja, de forma que os pensionistas cheguem a Janeiro e já saibam em quanto vão ser aumentados e que, por exemplo, as questões de estímulo ao aumento da natalidade e de fecundidade sejam reflectidas, não em termos de taxa social única como era proposta do Governo, mas em aprofundar já as discriminações positivas que há em sede de IRS», terminou.

Já Carvalho da Silva da CGTP mostrou-se descontente com as medidas do Governo. «Há uma insistência em algumas ideias que são penalizadoras para os trabalhadores. Não estamos de acordo na introdução de factores da esperança média de vida que induzem a dois efeitos: redução das pensões parta o futuro e/ou agravamento da idade da reforma. Este não é o caminho, é preciso discutir outras questões e centrar o debate no financiamento do sistema da segurança social».

Por fim, Vieira da Silva disse que esta discussão será agora «mais objectiva» e que pensa «fechar o processo negocial no mês de Julho».
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