Partidos gastam sem controlo - TVI

Partidos gastam sem controlo

Os líderes partidários reuniram com Jorge Sampaio

Os gastos da campanha eleitoral mais cara de sempre da democracia portuguesa, que rondam os 21 milhões de euros, não vão ser controlados com o rigor necessário que os especialistas já recomendam há muito tempo.

O próprio presidente da Entidade de Contas e Financiamentos dos Partidos (ECFP), que substitui o Tribunal de Contas nesta tarefa, reconheceu ontem, durante a tomada de posse, não ter meios suficientes para conseguir controlar as despesas dos partidos, avança o Correio da Manhã (CM). E o presidente do Tribunal Constitucional (TC), Artur Maurício, fez questão de moderar as expectativas sobre os resultados que poderão ser obtidos com a entrada em funções da recém-empossada entidade.

«A convocação de eleições antecipadas para o próximo dia 20 de Fevereiro impossibilita, de alguma forma, o cumprimento do plano de acção traçado por esta equipa», afirmou sem rodeios o presidente da ECFP. Miguel Fernandes advertiu ainda que, «como não existe tradição em Portugal» na fiscalização das contas dos partidos nas campanhas eleitorais, numa primeira fase, a ECFP vai adoptar «uma postura iminentemente pedagógica (...) acompanhada de uma grande firmeza de regulamentos (regras a observar pelas diferentes entidades políticas) e de recomendações».

Ou seja, a origem dos fundos, os requisitos a cumprir pelos orçamentos de campanha, assim como para posterior apresentação de contas só estarão definidos «nas próximas eleições» autárquicas, que se realizam em Outubro, salientou Miguel Fernandes.

O presidente do TC reconheceu também que, na sequência da convocação de eleições antecipadas, a ECFP não tem nem regulamentos nem meios logísticos para controlar as contas dos partidos. «Há, designadamente, estratégias por definir, bases de dados por criar, regulamentos por fazer e por estruturar os outros procedimentos imprescindíveis para o início de uma função desta natureza», declarou Artur Maurício.
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