Patrões defendem subida de impostos para baixar défice - TVI

Patrões defendem subida de impostos para baixar défice

Van Zeller

«Há pessoas que vêem o emprego como um seguro de vida mas o emprego para toda a vida já não existe», diz Van Zeller

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A situação orçamental é «realmente grave» e, «se quisermos reduzir o défice, isso só será feito pela via do aumento de impostos», disse o presidente da Confederação Industrial portuguesa (CIP), Francisco Van Zeller, que falava para dezenas de empresários reunidos na Universidade Católica, em Lisboa, para o «8º Semanário de Reflexão Estratégica».



«Do nada sai nada», sintetizou o porta-voz da Indústria, «e nós queríamos mesmo que o défice se reduzisse».

«A crise, coitada, tem sido culpada de tudo», lamentou. Perante um «endividamento privado próximo dos 100%», um défice orçamental «que este ano ficará nos 6% e que dificilmente se reduzirá», um nível de «exportações abaixo do das importações» e um «problema oculto de que ninguém fala: a falta de pagamentos», o porta-voz da Indústria não se mostrou optimista quando ao futuro do país.



Bancos vão continuar exigentes e spreads vão manter-se elevados



Van Zeller deixou ainda outros alertas. «Já não vamos voltar à situação que tínhamos antes da crise. O relacionamento das empresas com os bancos vai ser mais difícil, acabaram-se as facilidades ao crédito», disse Van Zeller, acrescentando que «as exigências vão continuar e os spreads vão continuar altos».



Isto a juntar ao «baixo investimento público dos últimos anos», aliado à intervenção fiscal que foi «muito fraquinha, com poucas coisas feitas e sem grandes efeitos», completa o quadro apresentado pelo responsável da CIP.



«Há pessoas que vêem o emprego como um seguro de vida»



Para Francisco Van Zeller há que começar pelo início: «Temos de apostar na formação do pessoal. E não apenas formar nos moldes que já existem. É preciso criar novas disciplinas para preparar as pessoas para uma realidade diferente daquela que existe hoje».



Às empresas, Van Zeller pediu «alguma ginástica» para «absorverem outras empresas menos competentes». Já aos trabalhadores deixou um aviso: «Acabou-se o emprego para toda a vida. Há pessoas que vêem o emprego como um seguro de vida, isso não existe».
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