Patrões querem electricidade mais cara para as famílias - TVI

Patrões querem electricidade mais cara para as famílias

Electricidade

As principais associações empresariais defendem que o aumento do preço da electricidade para as famílias não deve ser travado, como tem sido até agora, e sim reflectir o aumento dos custos de produção, como acontece na factura que é cobrada às empresas.

Em comunicado conjunto, a Associação Empresarial de Portugal (AEP), a Associação Industrial Portuguesa (AIP) e a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) dizem-se preocupadas com o diferencial entre as tarifas eléctricas em Portugal e noutros países, mas também com o défice do Sistema Eléctrico de Serviço Público (SEP), que ronda os 420 milhões de euros.

Os empresários apontam o dedo ao plafonamento das tarifas para os clientes de baixa tensão onde se incluem as famílias), ao nível da inflação esperada. «Num contexto de custos crescentes, este défice não será passível de ser absorvido através das tarifas dos anos 2007 e seguintes, gerando-se deste modo uma situação insustentável», dizem.

A AEP, AIP e CIP não contestam a repercussão deste défice nas tarifas que lhes são cobradas, mas dizem não existir razões «para que esta repercussão não seja feita em relação a todos os consumidores de electricidade. Não seguir este princípio é estar a dar sinais errados ao mercado».

Recorde-se que as tarifas da electricidade vão aumentar em média 5,1% em 2006, sendo que os clientes de alta, muito ata e média tensão vão ter aumentos de 16,3%. Para os clientes de baixa tensão especial (que inclui as empresas), o aumento será de 14,9%.

Os empresários não têm dúvidas de que a limitação legal ao aumento das tarifas para a baixa tensão tem custos que «se vão repercutir nas tarifas futuras, situação que, num contexto expectável de elevados preços nos combustíveis, conduzem a perspectivas preocupantes quanto à evolução das tarifas da electricidade nos próximos anos».

Empresários pedem suspensão das novas tarifas

A AEP, a AIP e a CIP reafirmam por isso a necessidade de promover «energias renováveis a preços competitivos, mas entendem que é necessário rever o modo de financiamento dos incentivos existentes, incluindo para a co-geração».

As associações garantem mesmo que vão «defender junto do Governo a tomada de medidas visando, por um lado, caminhar rapidamente no sentido de que as empresas possam dispor de energia eléctrica a preços comparáveis com os dos principais parceiros económicos e, por outro, contribuir para evitar que o sistema evolua para a situação previsível de não sustentabilidade».

Antes disso, no entanto, pedem que sejam tomadas «medidas extraordinárias de carácter urgente, nomeadamente a suspensão temporária da aplicação das novas tarifas até à reformulação dos normativos da tarifa de uso geral do sistema de modo a evitar que, já a partir de 1 de Janeiro de 2006, as empresas sejam confrontadas com aumentos incomportáveis de custos que teriam consequências extremamente severas a muito curto prazo».
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