Portugueses estão a gastar menos nos Jogos Santa Casa

Esta noite, muitos apostadores olharão ansiosos para os números do Euromilhões, mas o «jackpot» de 52 milhões de euros já não causa, lamenta a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), a euforia de outros tempos. O volume de vendas dos jogos sociais sofreu, no primeiro semestre, uma quebra que, a manter-se até final do ano, rondará os 15% relativamente ao ano passado, avança o «Jornal de Notícias».

Em 2006, o volume de vendas totalizou 1.654,3 milhões de euros. No primeiro semestre, ficou-se por cerca de 700 milhões. Uma quebra que, admite o administrador-delegado do Departamento de Jogos da SCML, Vítor Porto, «se traduzirá nos resultados a distribuir pelos beneficiários».

Como o ano transacto foi atípico, consequência de dois fenómenos de sucessivos «jackpots» estatisticamente raros, Vítor Porto explica não ser possível uma comparação deste primeiro semestre com o período homólogo do ano passado. Ainda assim, admite que a tendência permite já, «infelizmente, perspectivar uma quebra de receitas».

Crise económica, falta da novidade inicial que envolveu o jogo europeu e desgaste dos jogos clássicos serão alguns dos factores que, conjugados, contribuem para esta quebra, percentualmente «mais acentuada» em jogos como o Totobola, Totoloto ou Lotaria, mas em números absolutos mais sentida no Euromilhões, «campeão» de vendas.

Exemplo disso mesmo é o comportamento das apostas na última semana. Quando se registava já o terceiro «jackpot» sucessivo, as vendas não ultrapassaram os 20 milhões de euros. «No ano passado, chegámos a atingir, numa única semana, os 52 milhões», recorda.

Para tentar introduzir algum «refrescamento» na oferta de jogos, a SCML está a estudar eventuais iniciativas com parceiros dos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) e de Espanha. O lançamento, contudo, exigirá ainda algum tempo.