Portugueses pagam caro pelos vícios - TVI

Portugueses pagam caro pelos vícios

Café Expresso

Em tempo de crise, os portugueses permitem-se pouco mais que pequenos prazeres. Mas se fizer as contas, pode descobrir que alimentar «vícios», mesmo pequenos, sai na verdade muito caro.

Três dos «vícios» mais frequentes, que funcionam, para a maioria das pessoas, como pequenos escapes no dia a dia, são o café, o tabaco e as bebidas com os amigos. Mas o que a maior parte dos portugueses não sabe é que este tipo de «vício» lhes pode consumir até 145 euros por mês. Diz a sabedoria popular que «quem não tem dinheiro não tem vícios», mas a realidade pode ser bem diferente. Se tivermos em conta que o salário médio em Portugal, no caso dos trabalhadores por conta de outrem, não vai além dos 900 euros por mês, é cerca de 16% do ordenado que pode ir para estes fins.

Para quem tem o «vício» da «bica», o habitual é tomar, pelo menos, dois cafezinhos por dia. Se, na melhor das hipóteses, cada café custar 50 cêntimos, é um euro por dia para sustentar este hábito. Ou seja, cerca de 30 euros por mês.

Mas este é um «vício» barato, sobretudo se compararmos com o do tabaco. É que, para o milhão e 460 mil portugueses que fumam, os gastos são bem maiores. Em média, cada fumador português fuma um maço de tabaco por dia. Se considerarmos, por exemplo, a marca Marlboro, que custa 2,55 euros, então o custo por mês chega aos 76,5 euros. Uma despesa que vai aumentar bastante em 2006, já que, com a actualização de 12,9% no Imposto sobre o Tabaco prevista no Orçamento do Estado para o ano que vem, o maço de cigarros vai passar para 1,85 euros. Um aumento que eleva a despesa mensal dos fumadores para 85,5 euros.

Mas para quem, além do café a seguir às refeições ou a meio do dia e das habituais pausas para fumar um cigarro, precisa ainda de outros escapes, como um copo com os amigos ao final do dia ou vinho às refeições, então, a despesa com os pequenos vícios, pode aumentar ainda mais. Se contar uma cerveja por dia, por exemplo, a um euro cada, são mais 30 euros ao final do mês.

Ora, contas feitas, são mais de 145,5 euros por mês, apenas para sustentar estes três pequenos prazeres diários. Um montante que pode parecer pequeno se considerado isoladamente, mas que se revela noutra dimensão quando comparado com o salário mínimo nacional, ou mesmo com o salário médio. É que para quem ganha o salário mínimo (374,70 euros), financiar este tipo de escape custa nada mais, nada menos do que 39% do ordenado. Mesmo para quem ganha o salário médio (que ronda os 900 euros), estas despesas representam quase 17% do salário.
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