Portugueses só conseguem poupar 8,2 euros por cada 100 euros - TVI

Portugueses só conseguem poupar 8,2 euros por cada 100 euros

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Assinala-se hoje o Dia Mundial da Poupança, mas é cada vez maior o número de portugueses que tem dificuldade em conseguir canalizar algum dinheiro para o aforro.

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Situações de desemprego, doença, divórcio e principalmente de endividamento (traduzido no pagamento das prestações mensais) explicam esta dificuldade, que se reflecte de forma clara na crueza dos números em 2005 a taxa de poupança reduziu-se para 9,2 por cento e este ano deverá cair para 8,2%.

Em termos muito simples isto significa que por cada 100 euros de rendimento disponível, apenas 8,2 euros conseguem ser canalizados para poupança.

Um valor pequeno se se tiver em conta que há apenas 11 anos a taxa de poupança em função do rendimento disponível rondava os 14%. Contudo, compreensível se se recordar que naquele período de tempo as taxas de juro baixaram de tal forma que incentivaram o recurso ao crédito e desmotivaram (por causa das reduzidas remunerações) a aplicação de dinheiro em produtos de aforro, nomeadamente nos típicos depósitos a prazo.

Para contornar esta situação, a Deco divulgou ontem um conjunto de conselhos aos aforardes no sentido de estes optarem por fundos de poupança sempre que não necessitarem do dinheiro investido no curto prazo.

Este tipo de aplicações, precisa esta associação de defesa do consumidor, permite contornar a fraca remuneração dos depósitos a prazo que acaba por fazer com que os aforradores percam dinheiro, diz a edição desta terça-feira do «Jornal de Notícias».

A Deco aconselha ainda as pessoas a terem atenção às características dos produtos onde investem para se certificarem de que o produto em questão tem garantia de reembolso integral do capital investido. Os certificados mantêm-se, segundo a Deco, como uma boa opção.

Ao mesmo tempo, os incentivos à poupança sofreram também várias alterações criaram-se e acabaram-se com alguns benefícios fiscais e, em 2007, a poupança fiscal com os Planos Poupança-Reforma (PPR) ficará vedada aos reformados (ver caixa).

A continuada expansão do endividamento e a facilidade com que se acede ao crédito tem também feito com que cada vez menos pessoas possam ou queiram guardar algum dinheiro para aplicar em aforro.

Em contrapartida, a chamada poupança forçada, ou seja a parcela de rendimento afecta ao pagamento dos empréstimos, pesa cada vez mais no orçamento familiar e só não tem acompanhado integralmente a subida das taxas de juro porque muitos renegociaram contratos para beneficiar de prazos mais longos ou de períodos de carência.

Poupar não deve, no entanto, ser apenas entendido como uma forma de gastar menos dinheiro, mas também como um meio de gastar melhor, escreve o mesmo jornal.
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