Malparado bate novo recorde acima dos 3 mil milhões

Os portugueses têm cada vez mais dificuldade em cumprir as obrigações assumidas junto da banca. O malparado não pára de aumentar e atingiu, em Novembro passado, um novo recorde, acima dos 3 mil milhões de euros.

De acordo com os dados do Boletim Estatístico do Banco de Portugal (BdP), no mês em análise o malparado atingiu os 3.035 milhões de euros, mais 3,6% que no mês de Outubro. Se compararmos os dados com os valores registados um ano antes, verificamos que, em apenas 12 meses, o crédito de cobrança duvidosa disparou mais de 28%.

Empresas não conseguem pagar quase 2.700 milhões

As restrições acrescidas, impostas pelos bancos para a concessão de empréstimos, está patente na evolução do crédito. Segundo o BdP, em Novembro o montante total concedido ascendeu a 132.878 milhões de euros, um aumento inferior a 400 milhões face ao mês anterior, ou 0,3%, mas uma subida superior a 5.700 milhões face ao homólogo.

Maiores restrições dos bancos patentes nos montantes concedidos

A maior fatia de malparado cabe ao crédito à habitação, onde chega aos 1.603 milhões (mais 2,7% que em Outubro e mais 20% que em Novembro de 2007). Aqui, o crédito concedido subiu apenas 0,4% num mês.

No que toca ao crédito ao consumo, a cobrança duvidosa atinge 799 milhões, mais 5,6% que em Outubro e mais 67% que no homólogo. O crédito concedido também subiu pouco, 0,4% face ao mês anterior, mas 11,5% face ao homólogo.

O crédito para outros fins foi o único que até caiu no mês em causa. Face a Outubro, a descida foi de 20 milhões, para 12.450 milhões de euros, e face a Novembro de 2007, desceu 255 milhões. O malparado, pelo contrário, aumentou, para 633 milhões (mais 3,1% num mês e mais 13,5% num ano).