Dívidas das famílias já são quase 130% do rendimento

O endividamento das famílias portuguesas ascende a 129% do rendimento disponível, de acordo com dados do boletim económico de Verão do Banco de Portugal, divulgado na terça-feira.

O valor tem vindo a crescer nos últimos anos, a um ritmo superior ao registado pelo rendimento disponível e também pelo património dos agregados. Ainda assim, o governador garantiu, na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, onde apresentou o boletim, que «o património das famílias é muito superior ao seu endividamento». Aliás, só o património financeiro, sem incluir itens físicos, como a habitação, é superior.

Vitor Constâncio explicou ainda que a situação das famílias é «solvente e aceitável». O governador citou simulações feitas para saber como ficaria a situação dos agregados familiares portugueses em situações extremas, como por exemplo, se as taxas de juro subissem dois pontos. «Isto seria extremo, não se prevê nada nessa dimensão, mas mesmo que acontecesse, não se criaria uma situação insustentável», assegurou.

Outros dados revelados pelo responsável mostram que 30% do rendimento das famílias tem origem em transferências internas, ou seja, vem de entidades públicas, como é o caso das pensões e dos subsídios. Uma percentagem que «tem vindo a aumentar, contribuindo para a sustentação do rendimento médio», disse.