Resultados da PT não surpreendem analistas mas TMN e Vivo preocupam - TVI

Resultados da PT não surpreendem analistas mas TMN e Vivo preocupam

  • Alexandra Ferreira
  • 2 nov 2005, 16:07
PT vai dispensar até 1500 trabalhadores

No rescaldo da apresentação dos resultados do Grupo PT, relativos aos primeiros nove meses do ano, os analistas não têm dúvidas: a Portugal Telecom atravessa momentos difíceis, com a TMN e a Vivo na mira da concorrência e o regulador do sector a não dar tréguas. Mas, sem surpresas, dizem os analistas, a comentar os números.

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«Os resultados saíram em linha com o que era esperado, ou seja, de pressão no negócio móvel em Portugal e no Brasil.», diz Nuno Vieira, analista do Millennium BCP.

Uma opinião partilhada pelos analistas do Bear Sterns. «As perspectivas da Vivo para o acumulado de 2005 parecem ser de crescimento global, mas a empresa continua a antecipar um aumento da concorrência e das despesas com marketing», diz o research do banco.

No geral, para o banco americano, «os resultados saíram só ligeiramente acima das nossas estimativas, mas as preocupações com o negócio da rede fixa continuam.

Relativamente à TMN, o banco diz que «o negócio doméstico continua sob pressão, sobretudo devido às tarifas de interligação e custos de start up com o 3G».

Para John dos Santos, analista da Lisbon Brokers, a situação da TMN não é fácil, mas começa a surgir alguma luz ao fundo do túnel. «A TMN apresentou uma recuperação significativa, 1,3% acima das nossas expectativas. Ainda assim, e apesar do 3G já começar a dar os seus frutos, o ARPU caiu 8,3% entre Setembro de 2004 e o homólogo de 2005, reflexo da quebra nas taxas de interligação entre a rede fixa e a móvel», refere o responsável.

Já sobre o negócio da Vivo o analista da Lisbon Brokers tem uma opinião diferente. «As vendas subiram 30,7% para os 520,5 milhões de euros no terceiro trimestre de 2005, relativamente a igual período de 2004, tornando-se, assim, o maior contribuidor para o turnover do grupo, a pesar 32%», diz, acrescentando que «a Vivo beneficiou da contínua expansão do mercado móvel do Brasil, que se traduziu num aumento de 394 mil subscritores só no terceiro trimestre, perfazendo um total de 28,8 milhões de clientes, um aumento de 17% face a 2004».

Em relação à rede fixa, as opiniões também se dividem. Para Nuno Vieira, «a linha fixa ficou estável, o que é interessante face às expectativas que se tem».

Mas, para John dos Santos, «o negócio sente cada vez mais a pressão do regulador do sector, o aumento da concorrência e os custos com a migração para o móvel».



A PT Multimédia é que parece reunir consenso, com o Bear Sterns a dizer que «os resultados saíram em linha com as nossas expectativas, com o reforço do volume de vendas a vir da PT Multimédia».

É também esta a opinião do analista da Lisbon Brokers, que refere que «a PT Multimédia atingiu os 20 mil novos subscritores no terceiro trimestre de 2005, perfazendo um total de 1,5 de clientes. Em termos de vendas, a PT Multimédia assistiu a um crescimento de 7,3% para os 158,3 milhões de euros, relativamente a 2004, valores que saíram ligeiramente acima das nossas previsões. Embora a empresa tenha começado a sentir o impacto da competição crescente no sector, não acreditamos que isto tenha impacto antes de meados de 2006».

Outras duas questões levantadas pelos analisas, foram o valor do dividendo e o programa de redução de efectivos, uma questão destacada pela própria administração no comunicado em que apresentou os números para os primeiros nove meses do ano.

Os «custos decorrentes do programa de redução de efectivos» no resultado líquido da empresa, que «ascenderam aos 254 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2005. Excluindo o impacto destes custos, o resultado líquido teria sido de 503 milhões de euros», referem.

Segundo o Bear Sterns, o impacto reflectiu-se igualmente no EBITDA. «A queda (no EBITDA) reflectiu os custos com o programa de redução de custos actualmente em curso.

Relativamente ao aumento de 10% do dividendo no âmbito do programa de retribuição de accionistas, Nuno Vieira afirma que o valor (0,385 por acção) saiu «um pouco acima do que se estava à espera».
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