Roupa 20% mais cara ajuda preços a subirem em Março

Cerca de 70% da culpa por esta subida deve-se à classe do Vestuário e calçado, que ficou 19,8% mais cara. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), «a entrada das novas colecções de Primavera e Verão com reposição do nível de preços, esteve na origem deste efeito».

Mais especificamente, o vestuário aumentou 23% e o calçado 12,8%.

O INE assinala também a variação mensal apresentada pela classe dos Transportes (1,2%), que contribuiu com cerca de 15% para a variação mensal da inflação. Os combustíveis e lubrificantes para equipamento para transporte pessoal aumentaram 3,6%.

Pelo contrário, os preços do Lazer, recreação e cultura desceram 0,8%, os dos Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas 0,5% e o das Comunicações outros 0,5%. As diminuições de preços da jardinagem (-19,7%), dos produtos hortícolas (-3,3%) e da carne (-0,7%) foram determinantes para os resultados apresentados, uma vez que estes subgrupos assinalaram contribuições de sentido negativo relevantes para a formação da taxa de variação mensal medida pelo IPC.

Inflação homóloga baixa uma décima

Em termos homólogos, a taxa do IPC foi de 2,3%, uma décima abaixo do verificado em Fevereiro. O índice total excepto produtos alimentares não transformados e energéticos apresentou uma taxa de variação homóloga de 1,9%, situando-se quatro décimas de ponto percentual abaixo do valor registado pelo IPC.

A classe dos Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas foi a que apresentou a contribuição mais significativa para a formação da taxa de variação homóloga, justificando cerca de 24% da variação registada pelo IPC. O INE destaca o comportamento dos produtos alimentares não transformados, em particular pelos produtos hortícolas, cujos preços subiram 19%.

A única contribuição negativa verificou-se ao nível das Comunicações. As restantes classes contribuíram com sinal positivo para a formação da taxa de variação homóloga.

A variação média dos últimos doze meses do índice geral diminuiu uma décima de ponto percentual, situando-se em 2,9%.

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português registou uma variação de 2,4% face a Março do ano anterior. O IHPC observou uma evolução mensal 1,3% entre Fevereiro e Março de 2007. A taxa de variação média dos últimos doze meses diminuiu para 2,9%.