O valor, além de ficar abaixo da taxa de inflação prevista para 2006, que é de 2,3%, e de significar, portanto, uma nova perda do poder de compra, desagradou aos sindicatos. As propostas dos sindicatos oscilavam entre 3,5% e 5,5%. No caso da função pública, este foi o sétimo ano consecutivo de perda do poder de compra.
Mas o Governo apresentou igualmente uma proposta de actualização para as pensões, que é de 2,5% para as pensões até mil euros e de 1,5% para as pensões entre mil e 3 mil euros. Para as pensões com valores superiores a 3.500 euros, não há qualquer aumento.
A medida vai custar ao Estado cerca de 280 a 290 milhões de euros, dos quais 180 milhões para a actualização de salários e os restantes cerca de 100 milhões para a actualização das pensões.
O ministro Teixeira dos Santos frisou que esta proposta vai «tão longe quanto possível» e que actualizações salariais superiores eram incomportáveis, tendo em conta a situação orçamental.
O responsável do Executivo afirmou que o mesmo está empenhado em «manter o emprego na função pública», mas alertou também que o valor dos aumentos não deverá ficar muito longe do agora proposto. «É uma proposta relativamente à qual há muito pouca margem de manobra, é uma proposta muito próxima daquilo que será a solução final que o Governo irá adoptar», disse.
O ministro garante que as negociações estão a decorrer e não estão fechadas, mas voltou a ressalvar que «face às actuais circunstâncias orçamentais e da economia, a margem de manobra é muito pouca e não vejo que haja aqui grande espaço para sucessivas negociações em torno da mesma matéria».
O aumento proposto para a função pública é metade do avançado para o salário mínimo nacional, que é de 3%. O salário mínimo deverá aumentar 11,20 euros, dos 374,7 euros para 385,9 euros.
A proposta do Governo deverá ser tomada como referência pelo sector privado. As associações e confederações patronais alertaram já que a crise também afecta as empresas e que também no sector privado a margem de manobra para aumentar salários é muito limitada.
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Salários públicos e privados sobem apenas 1,5%. Comente!
- Redação
- 30 dez 2005, 16:20
O Governo propôs um aumento de 1,5% nos salários da função pública, para o ano que vem, alegando que a crise e o défice não permitem maiores actualizações salariais. Os patrões aproveitaram para dizer que também não pensão dar aumentos maiores.
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