Sócrates e Cavaco também perdem poder de compra

Os trabalhadores portugueses têm perdido poder de compra nos últimos anos, devido ao facto de o custo de vida ter aumentado mais do que os seus salários. Isto já não é novidade, não fosse pelo facto de se saber agora que também a classe política, nomeadamente o primeiro-ministro e o Presidente da República, têm vindo a perder poder de compra.

As contas são do semanário «Expresso». Na sua edição deste sábado, o jornal revela que, se as previsões dos Governos ao longo dos últimos anos tivesse sido mais exactas, em vez de serem sempre inferiores ao aumento de preços que veio depois a verificar-se, o Chefe de Estado e o chefe do Governo também poderiam estar a ganhar mais do que estão hoje.

No caso de Cavaco Silva, o seu salário seria de 8.050 euros se não tivesse existido perda do poder de compra, mas ronda os 7.260 euros, ou seja, menos 11%.

Do mesmo modo, também o primeiro-ministro, José Sócrates, estaria a ganhar mais 11% do que o seu salário actual, ou seja, 6.038 euros. Em vez disso, está a ganhar menos 590 euros.

Olhando para o caso do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa devia estar a ganhar 4.428 euros mas na verdade aufere menos 433 euros, menos 11%.

No entanto, os mais penalizados, têm sido os professores do ensino secundário e do ensino básico, que estão a ganhar menos 350 euros do que deviam, ou seja, menos 12%.

Na categoria dos administrativos, a penalização foi de 74 euros para os actuais 1.100 euros, menos 7%. Também os trabalhadores qualificados estão a ganhar menos do que era suposto, menos 56 euros e auferem 830 euros, menos 7%.