Sócrates nega intenção de interromper discurso de Alegre - TVI

Sócrates nega intenção de interromper discurso de Alegre

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O primeiro-ministro e líder do PS, José Sócrates, negou hoje ter tido intenção ou vontade de interromper o discurso de Manuel Alegre na noite das presidenciais e sublinhou que fez na altura uma declaração de «apaziguamento».

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«É falso, absolutamente falso, que tivesse conhecimento de que Manuel Alegre estava também a falar. Se soubesse, naturalmente teria esperado» para começar, disse José Sócrates aos jornalistas durante uma conferência de imprensa em Lisboa com o seu homólogo da Letónia, Aigars Kalvitis.

O primeiro-ministro, que respondia a uma pergunta dos jornalistas, sublinhou que a declaração que fez na noite das eleições «foi de apaziguamento, de um clima no Partido Socialista avesso a qualquer ajuste de contas e avesso também a qualquer tensão», o que «seria contraditório» com uma interrupção do discurso do segundo candidato mais votado.

«Nunca tive essa intenção (...). Não houve nenhuma intencionalidade, ne m nenhuma vontade», insistiu.

Afirmando esperar que «esta explicação ponha um ponto final» nas acusações de que tem sido alvo a propósito do incidente, Sócrates afirmou que faz política «com clareza, sem ambiguidades nem meias-palavras».

«Se tiver alguma coisa a dizer, digo», sublinhou.

Domingo, após a divulgação dos resultados das eleições presidenciais, a transmissão em directo pelas televisões do discurso de Manuel Alegre foi interrompida pela transmissão, também em directo, do discurso do líder socialista, apoiante da candidatura de Mário Soares.

Logo na noite eleitoral, Helena Roseta, dirigente do PS e apoiante de Alegre, protestou contra a interrupção da transmissão televisiva e classificou o incidente como «um ataque à liberdade e à democracia».

Em declarações à Lusa na segunda-feira, o porta-voz do PS, Vitalino Canas, garantiu que nunca foi intenção de José Sócrates interromper Manuel Alegre e que o líder socialista desconhecia que o candidato estava a discursar quando iniciou a sua conferência de imprensa na sede do partido, no Largo do Rato.

Manuel Alegre, em declarações no mesmo dia à TSF, aceitou estas explicações, mas criticou a comunicação social por ter dado primazia ao líder do PS e primeiro-ministro, acusando mesmo as televisões de «subserviência» para com o Governo.
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