Sonae com portas abertas para novas parcerias na Modelo Continente - TVI

Sonae com portas abertas para novas parcerias na Modelo Continente

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A compra da posição dos franceses do Carrefour na Modelo Continente pela Sonae SGPS abre portas à holding de Belmiro de Azevedo para novas parcerias estratégias, de acordo com os analistas contactados pela Agência Financeira.

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A Sonae anunciou, na terça-feira, a compra de 22,37% da Modelo Continente (MC) detidos pelo Grupo Carrefour pelo montante de 345 milhões de euros, o que significa 1,4 euros por acção, vendendo de seguida 11,35% ao banco Santander. A holding reforçou, assim, a sua posição na MC para 30%.

Este é um valor que fica abaixo dos 1,85 euros por acção oferecidos aquando da Oferta Pública de Aquisição (OPA), em Fevereiro de 2002. Actualmente corresponde a 1,77 euros por acção devido ao aumento de capital entretanto realizado.

Além da aquisição da posição, a Sonae adquiriu também a marca Continente, usada já nos hipermercados em Portugal, e a Mappemonde e a Jackerton.

«O preço do negócio é ligeiramente positivo, abaixo das nossas avaliações para a Modelo Continente», afirma Nuno Vieira, analista do Millennium bcp investimento. O mesmo acrescenta que esta aquisição é «positiva a nível estratégico», uma vez que, «deixa de fora da estrutura accionista da MC um forte concorrente».

Pelo contrário, Miguel Viana, da Espírito Santo Research, considera este valor um pouco elevado. «O valor de 1,4 euros por acção situa-se acima das nossas estimativas de 1,3 euros por acção», disse. A mesma opinião é expressa pelos analistas do BPI. «O mercado está a avaliar este negócio ligeiramente caro, uma vez que foi feito ligeiramente acima dos múltiplos de mercado correntes (1,30 euros por acção»», apontam, ainda que admitam que a «Sonae só realizaria o negócio com um preço atractivo».

«A Carrefour há muito tempo que falava na venda da sua posição. Não havia lógica em manter, porque são parceiros, mas são concorrentes, incluindo no Brasil», aponta Maria Summervielle, analista da Caixa Banco de Investimento (Caixa BI). Esta tratou-se de uma venda que os analistas já defendiam.

Nesta medida, os analistas consideram que estão abertas as portas para «novas parceriasestratégicas, quer no Brasil quer em Portugal», tal como referiu Miguel Viana, analista da Espírito Santo Research.

Recorde-se que os activos brasileiros da Sonae despertaram o interesse dos concorrentes, nomeadamente da rede de distribuição Condor.
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