TAP com prejuízos de quase 10 milhões em 2005 - TVI

TAP com prejuízos de quase 10 milhões em 2005

Fernando Pinto - TAP

A TAP obteve, em 2005, resultados líquidos negativos de 9,9 milhões de euros.

Um valor que compara com lucros de cerca de 8,6 milhões em 2004. Esta inversão para o vermelho fica a dever-se à escalada do preço do combustível, tal como a «Agência Financeira» já tinha antecipado em Janeiro.

No ano passado, a TAP gastou só em combustível 287 milhões de euros, mais 93 milhões do que o previsto. Por isso, a companhia refere que só conseguiu limitar as perdas a este valor com a «melhoria da eficiência global», disse o administrador financeiro Michael Connelly, em conferência de imprensa que decorre em Lisboa

Os proveitos operacionais foram de 1.359 milhões de euros, mais 9,9% que os 1.237 milhões apurados em 2004, (passagens 9,5%, carga 24% e manutenção 28%) números que apenas respeitam às áreas do Transporte Aéreo e da Manutenção, já que a TAP deixou de consolidar os resultados da área de handling, entretanto privatizada.

Custos globais crescem 10,8%

A TAP sublinha o crescimento de 28% nos serviços de Manutenção a terceiros, uma vez que o sector de manutenção e Engenharia não só teve que atender à crescente procura do Transporte aéreo como também enfrentou restrições de espaço físico das instalações.

Os custos globais de exploração, em 2005, situaram-se nos 1.245 milhões de euros, mais 10,8% que os 1.237 milhões registados no ano anterior, fortemente influenciados pela alta dos preços do combustível.

Com efeito, os custos de exploração, sem o peso do combustível, aumentaram apenas 3,8%, passando de 923 milhões de euros em 2004 para 958 milhões no ano passado, ou seja, menos que o aumento da operação, que foi de 5,3%.

«Este desempenho permitiu reduzir bastante o custo unitário da exploração, actualmente já inferior à média das companhias da AEA, e um dos mais baixos do sector na Europa», refere a transportadora.

De sublinhar que a factura com combustíveis, que entre 2001 e 2003 oscilou entre os 140 e os 150 milhões de euros, atingiu os 200 milhões em 2004 e disparou para os 287 milhões de euros no ano passado. É importante notar também que dentro deste crescimento de 87 milhões somente 4 milhões de euros foram motivados pelo aumento de consumo.

Número de trabalhadores diminui 9%

No final de 2005 a TAP tinha cerca de 5.600 trabalhadores, menos 9% que em 2000, o que, aliado ao aumento global da eficiência e ao crescimento da operação nos últimos cinco anos permitiu melhorar em 47% a produtividade em relação a 2001.

Em 2005 a companhia transportou um total de 6.378.707 passageiros, o que representa um aumento de 5,5% face aos 6.048.208 transportados no ano anterior e de 24% em relação a 2001.

A oferta de lugares da TAP cresceu 5,3% de 2004 para 2005, o que, conjugado com o aumento de 8,3% da procura permitiu um crescimento da taxa de ocupação (load factor) de 70,4 para os 72,4 no ano passado.

Ao longo de 2005 os aviões da TAP voaram 177.818 horas, mais 8,2% que em 2004, percorreram quase 117 milhões de quilómetros, mais 8,1%, tendo a extensão da rede atingido os 162.721 quilómetros, um aumento de 14,3%.



O aumento da procura em praticamente todos os sectores de rede está na base do aumento da frota da TAP já em 2006, a qual permitirá aumentar a rede com novos destinos (Bolonha, Dublin, Zagreb, Paris/Charles de Gaulle, bem como os voos directos a partir do Porto para S.Paulo, Rio de Janeiro e Nova Iorque).

De uma frota de 42 aviões em fins de 2005 a TAP atingirá, este ano, os 46, distribuídos desta forma: 4 A340, 3 A330 e 5 A310 para o longo curso e 17 A319, 14 A320 e 3 A321 para o médio curso.
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