TAP mais perto da meta de lucros começa já a antecipar-se ao petróleo - TVI

TAP mais perto da meta de lucros começa já a antecipar-se ao petróleo

Fernando Pinto - TAP

A TAP está, nesta altura e com a ajuda do terceiro trimestre, mais perto de conseguir cumprir a sua meta de resultados para o final do ano, face ao que se antevia no saldo dos primeiros seis meses de 2005, ainda que este se mantenha como um desafio difícil de cumprir. A culpa continua a ser do alto preço do petróleo, uma situação da qual a companhia começou já a proteger-se esta semana, numa primeira operação de «hedging», uma técnica que se baseia em contratos de futuros sobre o preço do petróleo, logo diminuindo o risco.

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«Nós mantemos a meta (de lucros de 14 milhões de euros em 2005), mas se vamos conseguir lá chegar ainda não sei», afirmou o presidente da Comissão Executiva da TAP, Fernando Pinto, em Maputo, à margem do XXXI Congresso da APAVT, adiantando, no entanto, que o terceiro trimestre deu um maior alento. É que, mesmo sem ter ainda os resultados finais desse período, o CEO confirma que conseguiram diminuir a distância entre a meta e o resultado efectivo. «Bastante» até, sublinha, acrescentando que «sem dúvida que o terceiro trimestre foi positivo e que estamos mais perto da meta».

Seja como for, «o desafio é grande», até porque o problema continua a ser o mesmo. «Nós achámos que em Outubro o custo do combustível já seria mais baixo e não foi. Foi sim mais alto. Foi uma má surpresa. Sem dúvida que em Novembro o preço do combustível está a um nível melhor, mas este costuma ser um mau mês. Vamos ver», refere.

A contrabalançar em Outubro estiveram, ainda assim, as vendas, porque «houve um grande crescimento» e os custos, cujo «controlo foi muito bom. O nosso grande problema é mesmo o combustível», disse o mesmo responsável, lembrando que no final deste ano a factura com o combustível deverá duplicar para os 280 milhões de euros.

Orçamento para 2006 deverá contar com 60 dólares/barril

A complicar tem estado o facto da companhia nacional não ter tido dinheiro para se proteger em operações de «hedging». Não conseguimos ter a protecção de combustível que grandes empresas tiveram no passado. Tivemos só até metade do ano passado. Depois disso estava muito caro e não tinhamos condições de financiar esse valor», explicou Fernando Pinto, confirmando que não tendo essa protecção, este ano, foram «drasticamente» prejudicados.

É por isso que «esta semana já refizemos a primeira operação. A nossa tentativa é ir crescendo e chegar perto dos 50% de hedging. É um bom nível já», garante.

Outra das cautelas que estão a tomar prende-se com o Orçamento. Ainda que este não esteja fechado, o CEO avança que «a primeira estimativa está na faixa dos 60 dólares». É que apesar do crude agora até estar mais baixo, à volta dos 56 dólares, com o preço do jet fuel, nem sempre isso acontece. «O combustível de aviação nem sempre acompanha os níveis do petróleo. Agora está bem mais caro, por exemplo. Por isso, ainda vamos ver, apesar desta ser para já a nossa estimativa, o que é um preço muito alto. Há um ano e meio atrás estava a 25 dólares», concluiu.

* A jornalista viajou a convite da APAVT
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