TAP tem garantidos os 425 milhões para financiar Varig

Apesar de algum impasse no processo depois da Fundação Ruben Berta ter afastado a administração da companhia brasileira, o presidente da comissão executiva da TAP, Fernando Pinto, garantiu aos jornalistas, em Moçambique, que o «cheque» que a empresa teria que avançar para continuar o processo de aquisição das duas subsidiárias da Varig deverá ser entregue em «duas semanas». O tempo que pensa que o processo levará «a estar pronto», disse, no domingo à tarde aos jornalistas à margem da XXXI Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre em Maputo.

Em questão estão 34 milhões de euros que fazem parte do acordo de compra da VarigLog (empresa de cargas) e da Varig Engenharia e Manutenção (VEM). Um empréstimo que se refere à antecipação de créditos da TAP à casa-mãe, relativos a passagens aéreas compradas através de cartões de crédito Visa.

Recorde-se que a TAP tinha integrado a Aero-LB, em conjunto com um fundo de investimento brasileiro, para adquirir por 53 milhões de euros (cerca de 62 milhões de dólares), estas duas empresas.

Fernando Pinto admitiu, no entanto, que a TAP tem que «entender melhor o que aconteceu» com a administração, mas garante que «não tem a ver» com o eventual sucesso do negócio que querem concretizar. Ou seja, rejeita que seja agora bem mais dificil à TAP ganhar o negócio, mas também, sem qualquer euforia, admite que é possível perderem o negócio, mesmo sendo «a visão da TAP para a Varig uma estratégia muito a médio-longo prazo. E isso em nada se alterou», afirmou. O processo «é muito complexo. Existe uma grande chance de isso acontecer (ganharem), mas não é enorme».

Esta indefinição o que fez foi com que perdessem «10 dos 30 dias que tínhamos para apresentar uma proposta ao juíz».

Recorde-se ainda que até 9 de Dezembro vão estar a ser feitas a avaliação da VEM e VariLog, e até dia 12 de Dezembro mais propostas, para além da da TAP, podem aparecer e de valores mais altos. A acontecer, a TAP tem até dia 19 para dizer se cobre, ou não, esses valores, já que tem o direito de preferência.

«Uma coisa é certa, o negócio só se fará se for muito bom. Se o processo for muito longo, se não for bom, não fazemos. Essa é a vantagem que temos», sublinhou ainda o CEO da TAP.

E certo também é que, para se manter na corrida até ao final, ou seja, mesmo para a entrada no capital da Varig, a TAP tem garantido «um grande interesse (de investidores). Nós não temos os 500 milhões de dólares, mas existem investidores interessados que podem chegar a valores desse tipo».

Logo, sublinha, o financiamento «não será o principal problema da operação. temos é que viabilizar o todo e este é um processo complicado», concluiu.

*a jornalista viajou a convite da APAVT