Seguradoras: «Certificados de reforma não têm êxito» - TVI

Seguradoras: «Certificados de reforma não têm êxito»

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Pedro Seixas Vale diz que produto do Estado não satisfaz as necessidades dos consumidores

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A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) mantém as suas criticas aos novos certificados de reforma do Estado, não acreditando que estes satisfaçam as necessidades de poupança dos portugueses.

Num almoço informal com os jornalistas, o novo presidente da APS, que tomou posse no passado dia 2 de Abril, levantou dúvidas ao sucesso, que tem sido anunciado, em termos de subscrição dos novos certificados de reforma, sublinhando que «o volume de vendas (daqueles produtos) é muito baixo» e que, por isso, «não teve impacto» nas seguradoras.

Os certificados de reforma «não têm êxito. Quando se faz um mau produto este não se vende», afirma. E mesmo quando confrontado com o facto de mais de mil pessoas terem aderido a este complemento de reforma só na primeira semana em que estiveram disponíveis, a 1 de Março, Pedro Seixas Vale argumentou que o Estado «vende milhares, nós (companhias de seguros) vendemos milhões».

Segundo dados da APS, nos primeiros três meses do ano, as subscrições de Planos de Poupança Reforma (PPR) registaram um volume 60% superior ao registado no trimestre homólogo. Um volume de prémios de 389,5 milhões de euros.

Privados são «mais transparentes, têm mais liquidez»

Quando à «bondade» dos nos certificados de reforma, Pedro Seixas Vale mantém as criticas do seu antecessor, Jaime D¿Almeida. Embora, também não querendo falar em concorrência desleal, usa os mesmos argumentos: o Estado introduziu no mercado um produto que concorre com os PPRs disponibilizados pelas seguradoras, mas «com condições desiguais».

«As seguradoras sabem as regras a que têm que obedecer. Sabemos quem nos supervisiona, quanto são os custos de gestão, temos regras claríssimas para calcular a rentabilidade do produto, etc. E os certificados de reforma», questiona, fazendo alusão a uma eventual falta de transparência nestas questões no que diz respeito ao produto similar do Estado.

O Estado «não tinha necessidade de criar um produto novo. Ele já existia e é melhor», já que tem todas as regras bem clarificadas, segundo o mesmo responsável, para quem uma eventual mudança a meio do jogo, para quem já detenha os certificados de reforma, nunca estará fora de questão.

Mais, os novos certificados não têm capital nem taxa de rentabilidade garantida, o que só por aí faz com que «não satisfaça a necessidade de uma poupança de reforma para os portugueses», diz acrescentando que «não se deve comparar os direitos de um PPR a um certificado de reforma», distinção de nome que gosta de ver usada.
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