PPRs aumentam 57 vezes em 15 anos - TVI

PPRs aumentam 57 vezes em 15 anos

Governo lança PPR públicos

Evolução poderá prender-se com incentivos fiscais dados às pessoas

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O número de pessoas que subscreveu Planos Poupança Reforma (PPR) aumentou 57 vezes em 15 anos e já representa quase 20 por cento da população portuguesa, segundo dados da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), a que a agência «Lusa» teve acesso.

Em 1991, apenas 31.619 pessoas tinham PPR, mas em 2006, década e meia depois, eram já 1.808.797 os que investiram neste produto.

Esta evolução poderá justificar-se pelos incentivos fiscais dados às pessoas que subscrevem PPRs, mas também pela consciencialização crescente de que o sistema público de Segurança Social é insuficiente para garantir o valor das reformas no futuro.

Miguel Guimarães, director-geral adjunto da APS, considerou que o próprio Estado reconhece a insuficiência do sistema de Segurança Social ao lançar um regime de capitalização pública, sob a forma de certificados de reforma.

Os dados da APS, que apenas dizem respeito a PPRs das seguradoras, que representam entre 85 a 90% do mercado, revelam que o número de PPRs aumentou 5.620% em 15 anos.

Os PPRs «são produtos relativamente jovens que ainda estão numa fase de crescimento. Até porque ainda há uma percentagem significativa da população que não tem», disse à agência «Lusa» o director-geral adjunto da APS, Miguel Guimarães.

Volume de poupança gerido atinge 10 mil milhões

O volume de poupança gerido pelos PPRs atingiu cerca de 10 mil milhões de euros em 2007, o que traduz um crescimento muito significativo, face aos 69 milhões de euros verificados em 1991.

Este volume de poupança é alimentado pelas contribuições dos subscritores e pelos rendimentos dos activos, deduzido o valor dos resgates e sinistros.

O valor das contribuições, por pessoa e ano, têm-se mantido estável, oscilando entre os 1.000 e os 1.500 euros.

Esta «relativa estabilidade está associada ao estímulo fiscal», explicou Miguel Guimarães.

No que se refere ao total das contribuições dos trabalhadores, os dados da APS contabilizam 1,7 mil milhões de euros, por ano, em 2007, o que contrasta com os 18,2 milhões verificados em 1990.

De salientar que em 2007 o valor total das contribuições caiu 13,4%, face ao ano anterior, quando se situou nos 1,9 mil milhões de euros.

Apenas nos anos de 2007 e 2000 ( menos 10,2%) se verificaram variações anuais negativas.

Miguel Guimarães justifica estas quebras ao facto de os PPR¿s serem influenciados pelo lado da procura, o que reflecte razões de ordem macroeconómica.

Os bancos são actualmente os canais de distribuição mais usados pelas pessoas na adesão aos PPR¿s, representando 82,9% das opções, em 2006.

Segue-se os mediadores de seguros (12,7%), os balcões das companhias de seguros (3,5%) e os CTT (0,8%).

Os custos das companhias de seguros com os PPR¿s também foram aumentando ao longo dos anos, atingindo os 810.172 milhões de euros em 2006, dos quais 46% refere-se a vencimentos dos seguros e 44% a resgates.

O valor dos vencimentos passou de 11.862 milhões de euros, em 1995, para 377.214 milhões de euros, em 2006.

Os resgates representavam 8.123 milhões de euros, em 1995, passando para os 362.098 milhões de euros, em 2006.
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