Sócrates afirma que "não há aparelhos" e que partido tem de voltar ao poder - TVI

Sócrates afirma que "não há aparelhos" e que partido tem de voltar ao poder

O candidato à liderança do PS José Sócrates afirmou quarta-feira à noite que "não há aparelhos" no partido e sublinhou várias vezes a necessidade de o partido voltar ao poder, centrando as suas críticas no primeiro-ministro, Santana Lopes.

Segundo a agência Lusa, Sócrates afirmou que "aqui não há aparelhos. Não, aqui não há sindicatos, nem aparelhos, nem caciques", declarou José Sócrates, perante cerca de 500 militantes, num jantar no hotel Altis, em Lisboa.

O ex-ministro do Ambiente voltou assim a defender-se da acusação do também candidato à liderança do PS Manuel Alegre de que tem o apoio de "95 por cento do aparelho" e de que existem "clientelismos" no partido.

"Nunca alguém se queixou que aqui dentro do PS havia menos transparência. Aqui há escolhas para todos os cargos", acrescentou Sócrates, salientando que os militantes vão "escolher sozinhos e em consciência" nos próximos dias 24 e 25 de Setembro e considerando "indigno da história do PS" dizer que "há medo de votar" no partido.

"Espero que todos vocês tenham as quotas em dia, porque eu vou precisar do vosso voto", aproveitou para apelar o ex-ministro de António Guterres.

Antes, o apoiante de José Sócrates e presidente da concelhia socialista de Lisboa, Miguel Coelho, tinha igualmente afirmado que aquela não era a candidatura "do aparelho" e que este era antes constituído pelos socialistas "que estão sempre à tona independentemente de quem é o secretário-geral".

Miguel Coelho fez questão de afirmar que os militantes presentes no encontro tinham vindo "de livre vontade" e que cada um "pagou o seu jantar" - no valor de 20 euros.

"São homens e mulheres livres", frisou também o dirigente socialista Jorge Coelho e apoiante de Sócrates, que protagonizou o discurso mais aplaudido da noite.

O ex-"número dois" de António Guterres, Miguel Coelho e o próprio José Sócrates distinguiram a sua candidatura das de Manuel Alegre e João Soares sobretudo pela capacidade de "retirar o poder à direita" e colocar "o PS no poder".

"O PS quer vitórias", declarou Jorge Coelho, adiantando que os socialistas têm "a obrigação de exigir a José Sócrates que, nas próximos eleições autárquicas - enquanto novo secretário-geral do partido, em conjunto com as federações e as concelhias - apresenta ao povo de Lisboa um candidato que faça com que a câmara volte às mãos do PS, de onde nunca devia ter saído".

"Sabemos bem o que os portugueses esperam de nós, sabemos bem qual é a nossa responsabilidade: queremos que o PS tenha mais votos para fazer aquilo que deve, que é liderar uma mudança política em Portugal e voltar ao poder", disse, por sua vez, José Sócrates.

O candidato à liderança do PS reclamou-se como aquele que está em melhores condições de voltar a colocar "o PS a governar", por não fazer parte dos que "estiveram sempre a dizer não e sempre foram do contra".

"O país precisa do seu PS e nós temos de estar à altura do que os portugueses querem de nós, neste momento de fracasso da governação nas políticas sociais, na educação, na saúde", completou.

Sócrates prometeu não deixar esquecer que "o Governo já tem dois anos" mas centrou as suas críticas no actual primeiro-ministro e ex-presidente da autarquia de Lisboa, que acusou de "por onde passa, da presidência da câmara ao Governo, ter sempre uma prioridade: o investimento na sua imagem".

"Mas, por mais assessores e conselheiros de imagem que tenha, não conseguirá apagar o desastre que foi a sua governação na capital do país, que viu o seu endividamento aumentar nos últimos dois anos", afirmou.

"Como poderá agora garantir que irá governar o país com total rigor financeiro? Isto não joga uma coisa com a outra", concluiu José Sócrates.

O ex-adversário de Santana Lopes nos debates de domingo da RTP reafirmou ainda que apoiará a recandidatura de Almeida Santos para o cargo de presidente do PS, qualificando-o de "exemplo de generosidade e compa
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