O vice-presidente da bancada parlamentar do BE considera que o corte de rating da dívida portuguesa pela agência de notação financeira Moody's confirma que as medidas de austeridade não «acalmam e põem cobro à especulação financeira».
Para João Semedo, «não são as políticas de austeridade nem de recessão económica - as políticas da trokca, deste governo e do anterior governo - que acalmam e põem cobro à especulação financeira dos mercados e das agências de rating, bem pelo contrário».
Em declarações à Agência Lusa, o deputado observou que os «especuladores financeiros percebem que a economia de Portugal está cada vez mais frágil» e que «são maiores as dificuldades para cumprir os compromissos do país relativamente à sua dívida pública».
Semedo considera ainda «particularmente significativo» que a especulação financeira não termine com o anúncio governamental de «um novo imposto de valor equivalente a 50 por cento do subsídio de Natal».
Também o deputado comunista Agostinho Lopes considera que as agências de rating não têm «credibilidade» e lamenta que os governos orientem as suas políticas e decisões «em função destas notações».
«Como é possível que, depois de tudo o que tem acontecido com estas agências de rating os países, no conhecido e repetido filme de acalmar os mercados, [continuem a] orientar as suas decisões em funções do que estas entidades sem qualquer credibilidade vão decidindo sobre estes países?», interroga.
Já o deputado socialista João Galamba considera que a descida do rating «revela sobretudo um problema a nível europeu» e que é «inevitável» que estas descidas continuem a ocorrer.
Em declarações à Agência Lusa, João Galamba afirma que a decisão da Moody's «revela sobretudo um problema a nível europeu» e «não tem tanto a ver com uma insuficiência de austeridade ou de medidas ou [com a] incapacidade [de Portugal], mas sim com a deficiente resposta que a União Europeia tem dado às crises da dívida soberana no último ano e meio».
Para Galamba, a «única forma» de resolver a crise de dívida europeia é «aplicar escrupulosamente» o memorando da troika, mas «nunca perder de vista que há uma segunda parte da solução», que «depende de uma resposta europeia, que até agora não tem havido».
«Políticas de austeridade não acalmam especulação»
- tvi24
- CP
- 5 jul 2011, 22:37
Oposição preocupada com corte de rating da dívida portuguesa
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