Lucros da Sonae SGPS caem 40,5% para 14,7 milhões de euros

A Sonae SGPS registou lucros líquidos atribuíveis de 14,7 milhões de euros, no primeiro trimestre de 2007, uma quebra de 40,5% face aos 24,7 milhões de euros registados no mesmo período do ano passado. Este resultado fica abaixo da média dos analistas.

Para a Sonae estes números explicam-se com o maior curto médio da dívida e de uma dívida bruta mais elevada. «Nas telecomunicações inclui o empréstimo da própria empresa relacionado com as garantias da Oferta Pública de Aquisição sobre a PT», referem.

Segundo o comunicado enviado pela empresa à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o volume de negócios subiu 8,6% para 1.042,8 milhões de euros contra 960,3 milhões de euros registados nos primeiros três meses do ano passado.

Para esta subida do volume de negócios contibuiu a distribuição, principal responsável pelo crescimento de 11%, «através do bom desempenho do portfolio comparável de lojas, da abertura de novas lojas (88 novas lojas nos últimos 12 meses) e o impacto positivo dos cartões de fidelização da Continente/Modelo», salientam. Os restantes negócios obtiveram contributos ligeiramente acima dos comparáveis aos do ano anterior.

O EBITDA da empresa subiu 10,4% para os 107,6 milhões de euros no primeiro trimeste do ano, contra os 97,5 milhões de euros. Já a margem EBITDA atingiu os 10,3%, aima dos 10,1% do primeiro trimestre de 2006.

Para a empresa, a estratégia de crescimento da distribuição continuou «a produzir bons resultados». No entanto, mas o principal auxílio para o cash flow operacional foram os 5 milhões de euros da Sonae Capital, que reflecte «os progressos operacionais na unidade Capital de Desenvolvimento».

Além disso, os três milhões de euros de EBITDA das telecomunicações, no móvel, com a «redução das tarifas de terminação e o aumento da subsidiação de equipamentos e dos custos de circuitos alugados, bem como o desempenho positivo nos negócios fixo e software e sistemas de informação» também ajudaram.

A dívida líquida cresceu 8,2% para os 2,23 mil milhões de euros no período em análise, contra os 2,06 mil milhões de euros de 2006, afectada pela distribuição (mais 164 milhões de euros) e pela holding (mais 127 milhões de euros). Cerca de 543 milhões de euros são atribuíveis ao negócio dos centros comerciais e «estão total e exclusivamente garantidos pelos seus activos».

Perspectivas para o futuro

Para o sector da distribuição, a empresa quer apostar num plano de expansão com mais de 50.000 m2 de área de venda e querem consolidar o lançamento dos programas de fidelização, bem como preparar a entrada numa nova geografia.

Para os Centros Comerciais, a Sonae SGPS antevê a continuação do desenvolvimento de 15 centros comerciais que integram a carteira de projectos (desenvolvimentos e aquisições).

No sector das Telecomunicações, a empresa pretende obter um crescimento da base de clientes e melhorar a eficiência dos custos e nível financeiro, bem como fazer uma análise activa de todas as oportunidades de aquisição.

A Sonae SGPS refere também que se encontra a preparar o «spin-off» da Sonae Capital e o desenvolvimento do Tróia Resort.

As acções da Sonae encerraram hoje a cair 0,48% para os 2,07 euros.