Crise mundial chega às comemorações do Carnaval do Brasil - TVI

Crise mundial chega às comemorações do Carnaval do Brasil

Desfile de escolas de samba no Rio de Janeiro, Brasil - Foto Lusa/EPA

Materiais estão 70% mais caros

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A crise financeira mundial vai chegar ao Carnaval brasileiro deste ano, com as escolas de samba a verem os seus patrocínios reduzidos para as comemorações que decorrem entre os dias 20 e 24 de Fevereiro.

Segundo a agência Lusa, a crise e a apreciação do dólar face ao real estarão na origem da subida dos preços dos materiais, que dispararam cerca de 70 por cento face ao ano anterior, e do corte das verbas por parte dos patrocinadores.

De acordo com o diário «Folha de São Paulo», para este ano todas as escolas estão com os orçamentos mais apertados e por isso terão que «lançar mão à sua criatividade para adaptar os figurinos aos tempos de crise e procurar produtos alternativos, de forma a evitarem produtos importados».

Menos quatro milhões de euros

As escolas não vão contar este ano por exemplo com os 12 milhões de reais (cerca de quatro milhões de euros) concedidos pela petrolífera Petrobras e pelas suas parceiras do sector, Braskem e Quattor.

A empresa estatal já adiantou que o patrocínio de 2008 foi «pontual» e não será concedido neste ano.

Apenas a escola «Grande Rio» conta com um patrocínio de 2,2 milhões de reais (cerca de 700 mil euros) para o seu enredo dedicado à França, concedido por empresas francesas e pela cidade de Nice.

«Este é, sem dúvida, um dos Carnavais mais difíceis da nossa história. As escolas estão com orçamentos mais apertados, mas a qualidade do espectáculo não pode ser comprometida», disse o presidente da «Liesa», do Rio de Janeiro, a maior e mais importante escola do país.

A escola «Viradouro», que homenageia o estado da Bahia, não recebeu qualquer apoio por parte das empresas da região e a «Beija-Flor» não conseguiu chegar a acordo com a multinacional Unilever, com quem esteve em negociações.

O apoio do município do Rio de Janeiro de quatro milhões de reais (cerca de 1,3 milhões de euros) atrasou-se um mês, o que também fez disparar o preço dos materiais.

O governo do estado do Rio de Janeiro concederá assim um apoio de 4,8 milhões de reais (1,6 milhões de euros) o que, juntamente com os direitos de televisão e a venda de bilhetes no sambódromo, deixam a cada escola do Rio de Janeiro 3,5 milhões de reais (cerca de 1,2 milhões de euros).
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