Agricultores e industriais contra aumento salarial intercalar - TVI

Agricultores e industriais contra aumento salarial intercalar

Agricultores e industriais contra aumento salarial intercalar

Os agricultores e industriais estão contra a proposta do PCP para um aumento intercalar do salário mínimo nacional.

Estas duas entidades apoiam a maioria parlamentar PSD/PP na intenção de chumbo deste projecto, disseram hoje os seus representantes à Lusa.

A maioria PSD/CDS-PP anunciou hoje a sua intenção de chumbar um projecto dos comunistas que pretendia um aumento intercalar dos salários mínimos de 10 a 15 euros, a partir de 01 de Julho.

«Tem que haver estabilidade», disse o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), João Machado, mostrando-se favorável ao anúncio da maioria PSD/CDS-PP.

O aumento do salário mínimo foi negociado por um ano em sede de concertação social, com os vários parceiros, argumentou João Machado, pelo que não faz sentido voltar agora a falar nisso.

«Fala-se em alargar o período pelo qual se negoceia o aumento salarial para três meses, pelo que é despropositado propor um aumento do salário a meio do período já negociado», acrescentou o responsável da CAP.

Paralelamente, o argumento utilizado pelo PCP para a apresentação desta proposta, o da justiça social, «não tem grande oportunidade política», afirmou João Machado. Um aumento de 10 ou 15 euros no salário mínimo não é suficiente para que este deixe de ser baixo.

O presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), Francisco Van Zeller, apoia também a decisão da maioria de chumbo da proposta do PCP.

«Não houve nenhum aumento brusco da produtividade nem qualquer outro fenómeno especial na economia» portuguesa que justifique um aumento intercalar do salário mínimo, afirmou Van Zeller.

A proposta do PCP faz ainda menos sentido quando se sabe que apenas sete ou oito por cento dos portugueses recebem o salário mínimo e que este serve de indexante para os salários de muitos outros trabalhadores, continuou o responsável da CIP.

Um novo aumento do salário mínimo implicaria também um acréscimo dos salários de muitos outros trabalhadores, pelo que a CIP não concorda com ele.

Por seu turno, a Confederação do Turismo Português (CTP) considerou que o projecto do PCP não foi feito a pensar na área do turismo.

«Não deve ter sido feito a pensar no turismo, um sector em que o crescimento dos salários tem sido superior a média nacional», sublinhou fonte da CTP.

O salário mínimo em Portugal é actualmente de 356,6 euros.
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