"Verticalidade e independência" de Fernando Araújo não são apreciadas "pelo poder político" - TVI

"Verticalidade e independência" de Fernando Araújo não são apreciadas "pelo poder político"

Fernando Araújo (Estela Silva/Lusa)

Ex-ministro Manuel Pizarro diz que o diretor executivo do SNS foi forçado a sair

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Manuel Pizarro, o anterior ministro da Saúde, fez esta quarta-feira um elogio a Fernando Araújo, na sequência da sua demissão da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde. "Dou público testemunho do meu apreço e admiração por ele, pela sua verticalidade e pela sua independência. Qualidades que nem sempre são muito apreciadas pelo poder político nas pessoas que ocupam lugares de chefia na administração pública", escreveu no Facebook o governante que tutelou a saúde no Governo de António Costa e que colocou Araújo a liderar aquela comissão executiva. 

Pizarro sublinha que "Fernando Araújo é um médico excecional, um professor universitário de mérito, um gestor público com provas dadas, um cidadão a quem os portugueses muito devem". E sem mencionar a postura da sua sucessora Ana Paula Martins, Pizarro acrescenta ainda que Araújo "até no momento em que se demite mostra a sua elegância e o seu desprendimento". 

"Foi forçado" a demitir-se e "vamos perceber rapidamente a falta que faz ao país" 

Por outro lado, o ex-governante neste depoimento que fez na sua página do Facebook recorda que o Fernando Araújo não teria intenção de abandonar o cargo, tendo sido levado a fazê-lo. "Não vou comentar as circunstâncias que o forçam a esta atitude", escreveu, considerando ser uma perda para a Saúde. "Vamos perceber rapidamente a falta que ele faz ao país e ao SNS."

Fernando Araújo e toda a sua equipa demitiram-se esta terça-feira, dia 23 de abril, da Direção Executiva do SNS. Num comunicado, o gestor explicou que abdicavam todos da indemnização a que teriam direito e contou que apesar de ter estado reunido uma vez com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, foi por email, e ao mesmo tempo que toda a comunicação social, que veio a saber do pedido de um relatório da atividade da Direção Executiva num prazo de 60 dias. Araújo anunciou ainda que será no dia seguinte a apresentar o documento que sairá do cargo. 

Ana Paula Martins – que, entretanto, também alega ter sabido do afastamento de Fernando Araújo pela comunicação social - já aceitou a demissão, depois de entregue o relatório sobre a atividade da Direção Executiva, lançada em janeiro de 2023.

Uma das grandes bandeiras do Diretor Executivo foi a expansão das Unidades Locais de Saúde, um modelo de organização que junta hospitais e centros de saúde e que a ministra, mesmo antes de ser nomeada para o cargo, já tinha assumido não concordar.

   

 

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