Aviação: erros de pilotagem causam maioria dos acidentes em Portugal - TVI

Aviação: erros de pilotagem causam maioria dos acidentes em Portugal

Ultraleve cai em Óbidos (Lusa/Mário Caldeira)

Número de mortos está a aumentar, revelam autoridades

Relacionados
Erros de pilotagem e violação de regras de voo estão entre as causas da maioria dos acidentes com aeronaves em Portugal e o número de mortos está a aumentar, revelam documentos oficiais a que a agência Lusa teve acesso.

Segundo o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA), em 2008 foram registados sete acidentes com um morto, número que subiu para 17 acidentes e sete mortes em 2009.

Este ano, até final de Agosto, já houve 10 acidentes com seis vítimas mortais.

O GPIAA ainda está a investigar os desastres que ocorreram este ano e vários de 2009, mas entre os relatórios finalizados desde 2005 concluiu que os erros e falhas dos pilotos contribuíram para 36 dos 51 acidentes analisados.

«Utilização de uma técnica de pilotagem incorrecta» ou «deficiente», assim como «violação das regras do ar» são algumas das expressões repetidas na documentação do GPIAA para explicar as causas dos acidentes.

A «falta do cumprimento de procedimentos», bem como a «reduzida experiência do piloto» servem para descrever outros episódios.

«É sobretudo na aviação ultraligeira que tem havido crescimento de acidentes e fatalidades», destaca Fernando Reis, director do GPIAA.

Dos 10 desastres registados este ano, metade aconteceram com ultraligeiros motorizados - aeronaves que não têm mais que dois lugares e 450 quilos de massa máxima à descolagem.

Já no relatório estatístico de 2009, o GPIAA demarcava os 17 acidentes com ultraligeiros incluídos no total de 36 da aviação geral, desde 2005.

Um destaque justificado pelo facto de o voo ultraligeiro «ser uma actividade aérea em grande expansão, congregar grande número de adeptos e, consequentemente, merecer um estudo individualizado».

Para Fernando Reis, os ultraligeiros «são aeronaves extraordinariamente seguras», mas considera necessária «uma mudança de atitude» e apela a uma pilotagem segura por parte de quem cruza os céus.

«Não há risco de voar desde que se obedeça a um conjunto de regras e princípios: o que se passa nas estradas também se passa na aviação, não poder haver laxismo», compara aquele responsável.
Continue a ler esta notícia

Relacionados