Estrada: cursos defensivos, sim ou não? - TVI

Estrada: cursos defensivos, sim ou não?

  • Portugal Diário
  • 17 nov 2007, 16:05

Procura de cursos cresce, mas Prevenção Rodoviária critica

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Como evitar chocar com um carro que apareceu repentinamente ou derrapar num lençol de água são manobras que se treinam nos cursos de condução defensiva, muito procurados por empresas, mas criticados pela Prevenção Rodoviária Portuguesa.

O aumento da auto-estima e a «falsa» sensação de controlo total da viatura que estes cursos eventualmente induzem nos automobilistas podem, segundo a Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), ser prejudiciais para a segurança rodoviária.

A PRP faz esta crítica na semana em que se assinala o Dia Mundial em Memória das Vítimas das Estradas, que se assinala domingo. Só entre 2002 e 11 de Novembro deste ano morreram 6.660 pessoas no local do acidente, fora as que morreram mais tarde, vítimas dos ferimentos, nos hospitais.

Em Portugal existem alguns centros de formação na área da condução defensiva, onde os alunos aprendem, numa pista, as noções básicas de controlo de viatura em situações inesperadas nas estradas.

Controlar a aceleração e as travagens em vários tipos de piso e fazer curvas apertadas são alguns exercícios praticados nos centros de formação, que ensinam ainda aos condutores o comportamento a ter ao volante.

Escolas contactadas pela agência Lusa adiantaram que a procura por estes cursos tem vindo a aumentar por parte de empresas. A título particular ainda são poucos os que os procuram, talvez devido ao preço elevado das acções de formação.

Para o director-geral da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), José Manuel Trigoso, a realização destes cursos «induz uma falsa sensação de competência e segurança que se traduz negativamente na segurança rodoviária».

«O que eu acho importante é as pessoas aprenderem a conduzir em estrada e não em pista», afirmou à Lusa José Manuel Trigoso, sublinhando que «a condução defensiva é a capacidade de antecipar o risco e estabelecer decisões que antecipem esse risco e isso só se pode fazer em estrada».

As críticas de José Manuel Trigoso são, no entanto, refutadas por Luís Lisboa, director da Escola de Formação da Condução e Prevenção Rodoviária (EPC), que ministra acções de formação desde 2004 no Aérodromo Municipal da Maia, no Porto, e já formou 5.000 alunos.
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