Estrada: parques de manobras na gaveta - TVI

Estrada: parques de manobras na gaveta

  • Portugal Diário
  • 16 nov 2007, 21:12

Dezoito parques de manobras estão construídos há anos, mas ainda não abriram

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Dezoito parques de manobras necessários para a aplicação do novo regime de exames de condução e que permitiriam melhorar a preparação dos condutores estão construídos há anos, mas ainda não abriram, alertou hoje a associação das escolas de condução.

A propósito do Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, que se assinala domingo, a Associação Nacional dos Industriais do Ensino de Condução Automóvel (ANIECA) lembrou que o novo regime de exames, regulamentado em 2005, obriga a que as provas práticas sejam compostas por uma prova de comportamento, em estrada, e outra de destreza, que seria realizada no parque de manobras de cada um dos distritos.

«Em 2005 houve uma grande alteração do regime de exames, mas que ainda não foi posta em prática porque os 18 parques de manobras, de um total de 21, ainda não estão a ser utilizados», apesar de já estarem construídos há quase 10 anos para este fim, disse à agência Lusa o presidente da ANIECA, Eduardo Vieira Dias.

A explicação que é dada à associação para este atraso é que os parques só podem abrir quando estiverem todos concluídos.

Para o responsável, os novos exames práticos, mais «exigentes», poderiam ajudar a combater a elevada sinistralidade rodoviária, ao obrigar a uma maior preparação dos alunos, que nos parques terão de circular sozinhos dentro do veículo para demonstrar a destreza no controlo do automóvel, executando diversas manobras.

«Não há vontade política de implementação dos parques de manobras, que nalguns casos estão a ser utilizados para a realização de exames teóricos da Direcção-Geral de Viação» e outros estão votados ao abandono, cheios de ervas, disse Eduardo Vieira Dias, lembrando que representam um investimento de 15 milhões de euros.

A agência Lusa tentou obter uma reacção do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), o organismo que desde há meses tutela a área do ensino da condução, mas não obteve resposta em tempo útil.

A ANIECA, tal como a Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), defende também uma reformulação profunda do ensino da condução como forma de combater a elevada sinistralidade rodoviária, que de 2002 a 11 de Novembro deste ano fez 6.660 vítimas mortais.

Segundo Eduardo Vieira Dias, a taxa de reprovação nos exames é de 60 por cento nos teóricos e 40 por cento nos práticos, números que na Europa são exactamente ao contrário.
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