Da certeza da Ota à desactivação da Portela - TVI

Da certeza da Ota à desactivação da Portela

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Após anos de estudo, «das duas localizações finais, a Ota era a melhor», garantiu ministro das Obras Públicas. Futuro dos terrenos do actual aeroporto «tem tempo». Mas autarquia de Lisboa reage em breve à decisão «incómoda»

«Mesmo que o Governo pudesse escolher outra localização, poderia correr o risco de inviabilizar os fundos comunitários», disse Mário Lino, ministro das Obras Públicas, esta terça-feira de manhã durante no seu discurso de abertura da apresentação do Novo Aeroporto de Lisboa na Ota, sob o lema «Lisboa 2017, um aeroporto com futuro».

Quando abandonava o espaço após a sua intervenção, o ministro das Obras Públicas foi confrontado pelos jornalistas com algumas polémicas em redor do tema. Talvez para lembrar que a escolha da Ota não passou pelas suas mãos, Mário Lino referiu que «não encontrou nenhuma razão para alterar a decisão tomada por um governo anterior».

Sobre o que poderia ser feito nos terrenos da Portela, após a sua desactivação, o ministro respondeu que a questão ainda será debatida «com todas as partes interessadas» - Governo e câmara de Lisboa - e que, entre todos, «será discutido o que é melhor para a cidade e para o país».

Recorde-se que Carmona Rodrigues, na sua tomada de posse como presidente da Câmara Municipal de Lisboa, disse que iria marcar um debate alargado sobre este tema.

O PortugalDiário sabe que a CML não se ficará por esse agendamento, estando prevista uma reacção, para breve, às medidas anunciadas oficialmente pelo Governo esta terça-feira. Uma das medidas «incómodas» para Lisboa é o encerramento do aeroporto da Portela.

Sobre as dúvidas em redor do projecto o ministro das Obras Públicas explicou que «grandes projectos geram sempre controvérsia», e em seguida lembrou que «projectos destes nunca recolhem a unanimidade das pessoas».

«Foram pensados mais de 14 sítios para o novo aeroporto. Ao longo de anos foram desenvolvidos estudos que culminaram em duas localizações finais: Rio Frio e Ota. Foi constatado que a solução Ota era melhor», explicou aos jornalistas.

Mário Lino lembra necessidade de fundos europeus

Perante as conclusões dos Estudos Preliminares de Impacte Ambiental só podia ser escolhida a Ota, por ter sido considerada a «menos desfavorável das opções», explicou o ministro das Obras Públicas. Outra escolha poria em causa os dinheiros vindos da Europa para financiar o projecto.

O ministro lembrou que o novo aeroporto, orçado em três mil milhões de euros, faz parte dos projectos da rede transeuropeia de transportes, que prevê a atribuição de fundos comunitários e a obtenção de empréstimos junto do Banco Europeu de Investimentos (BEI) em condições vantajosas, para os projectos considerados prioritários.

Mário Lino acrescentou ainda que «uma das condições para atribuição dos fundos é que a construção comece antes de 2010».

Mário Lino também defendeu o desenvolvimento de estudos para fundamentarem todas as fases do projecto, actualmente «na fase da escolha política» e, antecipando os trabalhos da apresentação, pediu aos presentes para ouvirem os restantes oradores. Porque «o dia será dedicado à fundamentação da decisão política e estratégica».
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