Agricultores contra falta de água de regadio

Cerca de uma centena de agricultores manifestaram-se esta segunda-feira de manhã, em Taveiro, com tractores e máquinas, contra a falta de água para rega entre o açude ponte de Coimbra e Pereira do Campo, na margem esquerda do Mondego, informa a agência Lusa.

Segundo explicou à Lusa Augusto Calhau, um dos agricultores, desde o início de 2006 que o Instituto Nacional da Água (INAG) deixou de alimentar o canal de rega paralelo ao Mondego, que abastecia uma área de «12 quilómetros, mais de 730 hectares de terreno e de 1.000 proprietários».

«Em Janeiro ou Fevereiro do ano passado o INAG deixou de fazer a manutenção e limpeza do canal, que ficou sem abastecimento, com o argumento da falta de verbas», precisou o agricultor e proprietário, adiantando que o canal funcionava desde o início da década de 80 do século XX.

Augusto Calhau salienta que desde o início de 1977, data em que tiveram início obras no leito central do Rio Mondego, lhes foi «garantido água para a agricultura».

A falta de água para irrigação dos campos agrícolas, onde é produzido arroz, milho e hortícolas, abrange as freguesias de São Martinho do Bispo, Ribeira de Frades, Taveiro, Ameal, Arzila e Pereira do Campo, todas no concelho de Coimbra.

Os agricultores aguardam os deputados da Comissão Parlamentar do Poder Local, Ambiente e Ordenamento do território e da subcomissão de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, que estão em visita à margem esquerda do Mondego e a outros locais adjacentes à obra de regadio do vale, na margem direita, para lhes entregar um documento reivindicativo.

«Se no prazo de oito dias não for apresentada uma solução vamos tomar as medidas que entendermos mais correctas, que podem passar por bloqueios», advertiu Augusto Calhau, que não quis especificar o tipo de bloqueios e os locais.