Novas buscas por português desaparecido em Berlim - TVI

Novas buscas por português desaparecido em Berlim

Afonso Freire Novais dos Santos Tiago está desaparecido

A polícia alemã já recorreu a mergulhadores no Rio Spree, mas não encontrou nada

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A polícia alemã já recorreu a mergulhadores no Rio Spree para tentar encontrar o engenheiro português desaparecido a 10 de Janeiro, em Berlim, mas sem sucesso, disse esta quinta-feira, à Lusa o coordenador das investigações.

Devido às baixas temperaturas, os mergulhadores só conseguiram realizar buscas numa zona relativamente pequena do rio, junto à ponte onde Afonso Tiago supostamente teria de passar a caminho de casa, explicou o director do departamento de delitos sobre pessoas da polícia criminal berlinense, Hans-Joachim Blume.

Investigador português desaparece em Berlim

Mesmo assim, «havia uma hipótese, ainda que remota, de os mergulhadores poderem encontrar um corpo, se não tiver sido levado pela corrente, mas só quando as temperaturas subirem será possível aumentarem o seu raio de acção», disse.

As buscas policiais estão agora concentradas no rio, depois de a localização do telemóvel do jovem investigador ter permitido constatar que não chegou a sair de um determinado perímetro, quando saiu de madrugada de um bar berlinense onde tinha estado com amigos.

Os agentes que investigam o caso inclinam-se cada vez mais para a tese de ter havido um acidente e de Afonso ter tentado atravessar a superfície gelada do Spree para cortar caminho em direcção a casa e de se ter afogado.

Nessa noite, apesar da temperatura ter atingido 18 graus Célsius negativos, a camada de gelo que cobria o rio não era suficientemente espessa para suportar o peso de um corpo, pelo menos em alguns pontos, porque durante o dia os quebra-gelos sulcaram duas vezes as águas, para abrir caminho à navegação.

Polícia não acredita em crime

Os interrogatórios feitos ao círculo de amigos e conhecidos de Afonso Tiago, que estava em Berlim há cerca de seis meses a trabalhar numa empresa de projectos aeronáuticos, levaram já a polícia a excluir praticamente a hipótese de ter havido um crime.

O mesmo sucede com a hipótese de suicídio, que a polícia pôs de parte quase desde o início das investigações, depois de constatar que o engenheiro mecânico era uma pessoa responsável, com uma promissora carreira profissional e emocionalmente equilibrado.

As buscas efectuadas a mais de 400 hospitais em Berlim e arredores para tentar localizar Afonso Tiago foram entretanto também concluídas pela polícia, igualmente sem sucesso.

Apelos deram «pouco»

Após vários apelos à ajuda da população, através dos jornais e da televisão local, e também dos ecrãs do «metro» de Berlim, resultaram apenas em quatro telefonemas, mas nenhum deles conduziu a uma nova pista, sublinhou o inspector Blume.

Catarina Tiago, irmã de Afonso, regressou entretanto a Berlim para acompanhar de perto as buscas e fazer mais contactos com a comunicação social para tentar manter o fluxo informativo sobre o caso.

A família do desaparecido, natural de Oliveira de Azeméis, mandou também imprimir novos cartazes com a fotografia de Afonso Tiago, e encarregou uma empresa berlinense de proceder à respectiva colagem.

Afonso Tiago, 27 anos, foi visto pela última vez às 03H40 da madrugada de 10 de Janeiro, junto da estação ferroviária de Ostbahnhof, onde se despediu de um amigo, dizendo-lhe que ia a pé para casa, a cerca de 15 minutos de caminho, mas nunca lá chegou.
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