Bombeiros deviam deslocar-se em autocarros - TVI

Bombeiros deviam deslocar-se em autocarros

Acidente mata bombeiro

Ideia defendida pela ANBP para evitar mais mortes em acidentes rodoviários

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O presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais defende que as longas deslocações que os bombeiros fazem para os incêndios devem ser feitas em autocarros para evitar a «exaustão» e os meios a utilizar devem ser locais.

Em declarações à Lusa, Fernando Curto comentava os números da Liga de Bombeiros, citados pelo «Jornal de Notícias», de que 60 por cento dos 183 bombeiros que morreram em serviço desde 1980 faleceram em acidentes de viação.

«Não tem de haver necessidade de mobilizar viaturas do Norte para o Sul, os concelhos e os distritos do país têm todos bombeiros, voluntários ou profissionais, com viaturas sedeadas, salvo excepções, e que têm de ser utilizadas», argumentou.

Para o responsável, há um «erro de princípio» relacionado com o comando, logística e organização do «teatro das operações».

«Os bombeiros não podem deslocar-se ou vir do próprio teatro de operações nas próprias viaturas que usam no combate aos incêndios e na esmagadora maioria acontece isso», contextualizou o dirigente.

Face a este cenário, Fernando Curto defende que as colunas de bombeiros devem ser transportadas para outro ponto do país em «viaturas próprias», como autocarros com ar condicionado, para «chegarem em condições físicas aceitáveis».

Actualmente, os bombeiros vão em viaturas «pesadas» com uma média de velocidade entre os «40 a 50» quilómetros/hora e estão «prontinhos para ficar a descansar e não para combater incêndios».

Também defendeu a necessidade de as viaturas serem «rendidas», o que «infelizmente não acontece». «Dizem que é difícil, mas não o é. É lamentável e tem de se apurar porque morre esta gente toda: se é por cansaço, se é por excesso de velocidade, ou porque a viatura não está em condições e não foi inspeccionada», acrescentou.

O responsável alegou ainda que a Escola Nacional de Bombeiros deveria ter apostado mais nos cursos específicos para os bombeiros que conduzem as viaturas, principalmente as de todo-o-terreno.

«A necessidade aguça o engenho», disse ainda o dirigente sobre a possibilidade de bombeiros não habilitados conduzirem viaturas. «Se acontece, não devia. Só se dá conta disso quando infelizmente há um acidente ou morre alguém», alegou.

Fernando Curto também questionou a «durabilidade dos incêndios», pelo que se tem de equacionar o «comando» e se não há nesses dirigentes alguma responsabilidade.

O dirigente criticou ainda a falta de prevenção, assumindo, porém, a situação anormal de fogos postos que não podem ter resposta adequada e das temperaturas elevadas.
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