Arquitecto Carrilho da Graça vence Prémio Pessoa

ACTUALIZADO ÀS 14H15

O arquitecto João Luís Carrilho da Graça é o vencedor do Prémio Pessoa deste ano, anunciaram Mário Soares e Francisco Pinto Balsemão, em conferência de imprensa.

Um dos nomes mais destacados entre a sua geração, Carrilho da Graça (56 anos) venceu o Prémio Secil em 1994 pelo edifício da Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa. Foi distinguido com a ordem de mérito da República Portuguesa em 1999.

Licenciado pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1977, foi assistente na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa entre 1977 e 1992. Desde 2001, é professor convidado no departamento de arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa e na Universidade de Évora a partir de 2005. Tem desenvolvido actividade pedagógica em seminários, conferências e semestres de docência em inúmeras escolas.

Entre as suas principais obras está, também, o Pavilhão do Conhecimento dos Mares na Expo 98.

«Fiquei muito satisfeito, este prémio é muito importante», disse Carrilho da Graça à Lusa o distinguido, acrescentando que na arquitectura «os projectos são sempre feitos de uma maneira colectiva».

O arquitecto disse ainda que vê a distinção como o resultado da interacção do trabalho que tem desenvolvido com a sociedade desde o final dos anos 70 e acrescentou que tem dificuldade em escolher ou destacar uma das suas várias obras, preferindo falar dos projectos em que está envolvido, como a musealização de uma praça no Castelo de São Jorge ou a recuperação da Escola Alemã, em Lisboa.

Questionado sobre «o grande rigor e coerência» da sua obra, uma das razões apontadas pelo júri para a atribuição do prémio, o arquitecto referiu que essa característica «vê-se melhor de fora».

Reacções

O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, afirmou estar muito satisfeito pela distinção com o Prémio Pessoa ao arquitecto João Carrilho da Graça, que tem trabalhado em Lisboa.

«Fico muito satisfeito, antes de mais porque sou amigo pessoal dele e é um grande arquitecto, por outro lado porque tem trabalhado muito em Lisboa», disse à agência Lusa, acrescentando que Carrilho Graça «está a trabalhar no núcleo museológico e na estação arqueológica da cidade muçulmana, no castelo de S. Jorge».

O presidente do júri, por seu lado, destacou «uma obra coerente, que se adequa ao ambiente onde é instalada». Pinto Balsemão apontou «a clareza e a limpidez das formas» que o arquitecto escolhe, «além da capacidade de criar obra nova e recuperar obra antiga, uma função altamente criativa».

Segundo o júri do Prémio Pessoa, «Carrilho da Graça tem desenvolvido, ao longo de trinta anos, uma actividade profissional com grande rigor e coerência, criando uma linguagem própria que adequa a cada situação específica».

João Luís Carrilho da Graça (1952) é o segundo arquitecto a ser distinguido com o Prémio Pessoa, dez anos depois de Eduardo Souto de Moura ter recebido o mesmo galardão.