Pílulas e três vacinas deixam de ser comparticipadas - TVI

Pílulas e três vacinas deixam de ser comparticipadas

Comparticipação também baixa nos antiasmáticos e broncodilatadores. Ministério prevê poupança de 19 milhões

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As pílulas anticoncepcional e as vacinas contra o cancro do colo do útero, hepatite B e contra a estirpe do tipo B do vírus da gripe vão deixar de ser comparticipadas pelo Estado. A informação consta de uma lista divulgada quarta-feira pelo Ministério da Saúde para reduzir as despesas no sector. Segundo o jornal «Público», a distribuição destes fármacos continuará a ser gratuita nos centros de saúde, mas quem comprar nas farmácias, terá de pagar o valor total.

Em declarações ao «Público», fonte do ministério explica que as pílulas anticoncepcionais, actualmente comparticipadas em 69 por cento pelo Estado, «são distribuídas gratuitamente nos centros de saúde, são muito baratas e a maior parte das mulheres compra sem prescrição médica», não usufruindo assim da respectiva comparticipação.

Também as vacinas vão continuar a ser dadas gratuitamente nos centros de saúde, mas, por exemplo, no caso da vacina do cancro do colo do útero, a Cervarix, custa agora 75,20 euros, sem comparticipação passará para 127 euros.

Segundo a lista, a comparticipação também baixa (de 69% para 37%) em Outubro nos antiasmáticos e broncodilatadores.

Com estas medidas, o Governo prevê poupar só com as com as descomparticipações mais de 19 milhões de euros, num total de quase 110 milhões de euros a atingir até 2013.

Utentes prejudicados

O porta-voz do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos, Carlos Braga, já condenou a intenção do Governo em deixar de comparticipar pílulas e três vacinas vendidas em farmácias, considerando a medida «desumana e penalizadora para os utentes».

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz do Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos frisou que estas medidas são «penalizadoras para os utentes» e «não têm em consideração» a saúde das pessoas e a sua situação económica e social.

«Condenamos as medidas e lamentamos que as mesmas sejam tomadas em prejuízo das pessoas que mais sofrem e menos têm para poder ter acesso a cuidados de saúde. E, portanto, iremos apelar a que as pessoas manifestem o seu desagrado, protesto, indignação e oposição a estas medidas que põem em causa a saúde das pessoas», salientou.

Carlos Braga adiantou à Lusa que pediu uma audiência ao ministro da Saúde «há já algum tempo» e ainda não obteve resposta.

O porta-voz adiantou ainda que vai reunir com os movimentos e comissões de utentes de todo o país para analisar a situação e decidir sobre eventuais medidas de protesto.
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