Banco alimentar: portugueses ajudam menos 15% - TVI

Banco alimentar: portugueses ajudam menos 15%

«Os sacos vêm menos cheios», diz Isabel Jonet. Iniciativa dos Bancos Alimentares Contra a Fome do último fim-de-semana recolheu 2.325 toneladas de alimentos, com a colaboração de 42 mil voluntários

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As dificuldades económicas dos portugueses refletiram-se na recolha de alimentos do último fim-de-semana, realizada pelos Bancos Alimentares Contra a Fome. «Há o mesmo número de doações, mas os sacos vêm menos cheios», revela Isabel Jonet. O balanço apresenta um corte de 15% em relação ao ano passado. Ainda assim, foram recolhidas 2.325 toneladas de alimentos. A campanha foi realizada em 1.995 superfícies comerciais e contou com a colaboração de 42 mil voluntários.

«Os resultados, que voltam a surpreender pela solidariedade que os portugueses continuam a demonstrar, mantendo um significativo apoio a uma iniciativa em que acreditam e que os mobiliza, representam um decréscimo face a campanhas anteriores, embora não incorporem ainda os resultados da Campanha 'Ajuda Vale' nem da campanha online, que vêm adquirindo um peso cada vez maior nas contribuições particulares»


Palavras de Isabel Jonet, a responsável do banco alimentar, que adianta que os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos, a partir da próxima semana, a 2.400 instituições de solidariedade social, que os entregam a cerca de 425 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas.

«Os produtos recolhidos em saco no supermercado registaram uma quebra de 15% em relação à campanha de Natal de 2013, muito embora, em nosso entender, hoje as campanhas são em três modalidades que se complementam e completam. Acaba por haver um desvio das doações»


De acordo com a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, trata-se de pessoas que habitualmente doavam em produtos e agora optam pelo vale, que representa já 15% daquilo que é doado nas campanhas. «Diria que se nota, que há o mesmo número de doações, mas os sacos vêm menos cheios».

Na opinião de Isabel Jonet, apesar da crise, o balanço «é positivo». Os «portugueses são solidários e não querem deixar de contribuir», realçou.

Esta campanha ficou marcada pela introdução de sacos de papel, mais amigos do ambiente do que os tradicionais sacos de plástico, embora recicláveis.

Até ao próximo domingo será também possível contribuir para a campanha através da 'Ajuda Vale', que tem como lema «uma ajuda que não pesa mas vale», pedindo um vale com um código de barras específico para poder doar produtos nas caixas dos supermercados ou gasolineiras (BP e CEPSA).

A campanha, com o lema «Mais solidariedade num contexto de dificuldade», realizou-se numa altura em que os Bancos Alimentares têm mais pedidos de ajuda e menos produtos não perecíveis para entregar, o que está associado a menos doações da indústria agroalimentar.

«Aquilo que se verificou nos últimos tempos foi um grande acréscimo de produtos perecíveis, nomeadamente hortofrutícolas resultantes das medidas de gestão de crise que a Comissão Europeia adotou em virtude do embargo da Rússia às exportações da União Europeia», explicou Isabel Jonet em declarações à agência Lusa no sábado.

No ano passado, foram entregues 23.811 toneladas de alimentos (com o valor estimado de 33.935 milhões de euros), numa média diária de 95 toneladas por dia útil.

 
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