Começam a faltar produtos frescos nos supermercados - TVI

Começam a faltar produtos frescos nos supermercados

Paralisação de camionistas

Frutas, legumes e peixe já escasseiam. Centro e Sul são as zonas mais afectadas

O director-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) disse que já começaram a faltar produtos hortofrutícolas e peixe nos supermercados, principalmente no centro e sul do país, devido à paralisação dos transportes de mercadorias.

José António Rousseaux disse à agência Lusa que «ao terceiro dia de paralisação, a situação se agravou», adiantando também que aumentaram os piquetes nas estradas para impedir a circulação dos veículos que transportam mercadorias.

«Os produtos perecíveis como os hortofrutícolas e o peixe começaram já a faltar em alguns supermercados», referiu.

Fonte da empresa Jerónimo Martins disse que começam a escassear produtos frescos como peixe, carne, fruta e vegetais. Por sua vez, fonte do grupo Auchan referiu à Lusa que a bomba de combustíveis de Alfragide, Lisboa, já teve de encerrar.

Confira a situação na zona Centro

Em Coimbra, não há fruta, cebolas, batatas e peixe no Modelo. De legumes, só restam alguns repolhos e alho francês e o frango é a única carne em quantidade razoável. No Continente do centro comercial Fórum de Coimbra também começam a faltar carne, peixe fresco, fruta e legumes.

No Lidl da Pedrulha, os legumes e a fruta já estão completamente esgotados. Conforme revelou à Lusa Rui Moura, adjunto-cheve de loja, «os stocks estão em baixa» porque o hipermercado não é abastecido desde segunda-feira.

Na cidade de Viseu, os estabelecimentos também começam a sentir a falta de alimentos do mesmo género, mas as vendas não aumentaram significativamente.

Na Guarda, as quebras nos produtos ainda não são significativas, com excepção do Modelo, onde a situação é considerada «bastante preocupante» conforme anunciou fonte do supermercado à Lusa. Não há carne nem peixe fresco, frutas e legumes «só há para hoje».

Produtos que ainda se podem encontrar no Minipreço, onde só o açúcar escasseia. «Não havia em stock e era para vir nestes dias», explicou um elemento da direcção. Também o Intermarché e o Feira Nova parecem ser opções viáveis, porque os stocks ainda têm bastantes alimentos.

O Jumbo de Castelo Branco também está bem abastecido, pois está a recorrer a distribuidores locais. Nas restantes superfícies, faltam legumes e peixe sobretudo. Em Leiria, o maior problema é o leite, que começa a falhar nos supermercados da cadeia Ulmar.

Alentejo sem água e legumes frescos

Os vendedores dos mercados de Lisboa temem os efeitos da paralisação que, para já, ainda não são muitos: «não se nota grande falta de produtos para vender». Conforme revelou Matilde Pereira, uma comerciante, à Lusa, a situação ainda não é grave: «Nós fomos abastecidos na segunda-feira e tivemos todos os produtos que precisávamos. Não sei é se nos próximos dias vamos ter mais dificuldades».

A falta de embalagens de água e de peixe, carne, frutas e legumes frescos é hoje bem visível em muitas grandes superfícies comerciais de Évora, Beja e Portalegre.

Numa das lojas Pingo Doce em Évora poucos são os legumes que restam, estando também praticamente vazia a banca de fruta, com excepção de algumas espécies mais exóticas, como as mangas. A parte do talho, por volta da hora do almoço, também quase não tinha carne e a bancada do peixe estava reduzida pela metade.

Já no Modelo de Évora, a peixaria não tem qualquer peixe fresco, estando a bancada «decorada» com vários bacalhaus secos salgados. A água, exceptuando algumas garrafas de vidro de litro e meio, também acabou.

Um cenário semelhante foi apresentado por uma responsável do Modelo de Reguengos de Monsaraz, também perto de Évora: «Já não temos peixe, carne e verduras».

Quanto a Beja, a pior situação verifica-se na principal das três lojas Pingo Doce, na qual a oferta de frutas e legumes frescos está praticamente no fim e as prateleiras da fruta fresca estão ocupadas por latas de pêssego em calda e embalagens de cereais. Portalegre também não foge à regra.
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