Dezenas de manequins colocados esta quinta-feira à entrada de estabelecimentos comerciais, em Coimbra, fazem parte de uma campanha com que a Cáritas Diocesana alerta para a importância de ajudar «pessoas de carne e osso».
Peditório nacional da Cáritas arranca hoje
Com apoio de voluntários, a Cáritas de Coimbra lançou a iniciativa local «Somos pessoas de carne e osso», associada ao peditório público da Cáritas Portuguesa, que arrancou hoje em todo o país e decorre até domingo.
Esta campanha visa «criar uma responsabilidade social» face ao aumento das situações de penúria, tirando partido do manequim, «uma imagem quase consumista», disse esta quinta-feira à agência Lusa o padre Luís Costa, presidente da Cáritas Diocesana.
«Esta é uma ação única e absolutamente feliz com que queremos provocar a própria sociedade para uma realidade que é sua», promovendo «uma cultura social e um compromisso» para responder a um problema «que atinge todos», adiantou.
À entrada de alguns estabelecimentos de Coimbra, designadamente lojas de grandes redes de distribuição, os clientes são abordados por voluntários que realizam o peditório público, «apoiados» por manequins estáticos que, ao contrário das pessoas, não são «de carne e osso».
Os manequins estão identificados com frases como «Não precisa de pagar casa» ou «Não precisa de comer», numa tentativa de despertar os cidadãos para o agravamento dos problemas da pobreza e do desemprego, em Portugal.
No período da Quaresma cristã, que se prolonga até à Páscoa (31 de março), «deve encontrar-se a energia para auxiliar os que agora precisam de apoio», apela a Cáritas de Coimbra numa nota pública.
«Os pedidos de ajuda crescem, as necessidades das pessoas e famílias aumentam. Quem é de carne e osso precisa de comer, pagar casa, roupa, medicamentos (...). Mas alguns de nós estão a precisar mais», salienta, ao considerar que «a dignidade humana está em causa».
Numa mensagem à comunidade da Diocese de Coimbra, Luís Costa critica «a indiferença do individualismo desta sociedade folha de excel», que «não perdoa quem está menos protegido" e onde as pessoas não são "mais do que a soma de frios números».
O peditório de rua da Cáritas Portuguesa começou hoje, envolvendo mais de 5.000 voluntários, que durante quatro dias vão recolher fundos para apoiar milhares de pessoas que pedem ajuda à instituição.
«Somos apenas um instrumento fiável para dar consequência à expectativa das pessoas que nos confiam um determinado valor», disse o padre Luís Costa.
O peditório da Cáritas de Coimbra está a realizar-se em diferentes paróquias da diocese, nas ruas, em estabelecimentos comerciais e durante as missas de domingo.
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Manequins ajudam a apoiar pessoas «de carne e osso»
- Redação
- LF
- 28 fev 2013, 14:25
Com voluntários, a Cáritas de Coimbra lançou a iniciativa «Somos pessoas de carne e osso», associada ao peditório público da Cáritas Portuguesa
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