Portugueses «mais sensíveis» para ajudar os outros - TVI

Portugueses «mais sensíveis» para ajudar os outros

Dinheiro (foto Reuters)

Presidente da Cáritas Diocesana de Coimbra destaca os donativos em tempo de crise

O presidente da Cáritas Diocesana de Coimbra, Luís Costa, disse esta segunda-feira que os portugueses estão atualmente «mais sensíveis» para ajudar os outros com donativos em tempo de crise.

«Penso que os portugueses, apesar da sua menor capacidade de doação, até estarão hoje mais sensíveis para contribuir», declarou o padre Luís Costa à agência Lusa, que vai participar na terça-feira, às 18:00, no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC), numa conferência intitulada «O português que dá».

Na sua opinião, os donativos dos particulares têm vindo a assumir uma maior importância na sustentabilidade das organizações de solidariedade social, face às dificuldades financeiras que enfrentam muitas empresas que, no passado, eram mais generosas.

O presidente da Cáritas de Coimbra salientou que «muitas empresas estão descapitalizadas», enquanto outras encerram.

No atual quadro socioeconómico, os particulares asseguram uma «grande parte» das dádivas, em dinheiro ou em géneros, obtidas em campanhas públicas, como aconteceu com o peditório anual da Cáritas Portuguesa, realizado no início do mês.

Em Coimbra, a Cáritas apostou desta vez numa «campanha mais agressiva», intitulada «Somos Pessoas de Carne e Osso», colocando manequins em vários espaços comerciais.

Os donativos angariados na Diocese ultrapassaram os 26 mil euros, o que representa um aumento de 600% relativamente ao ano passado.

«Não sei se esta campanha mais agressiva foi decisiva», mas terá sido um dos fatores de tal sucesso, entre outros, incluindo de ordem logística, disse Luís Costa.

As pessoas «sentiram-se mobilizadas a participar», houve uma «melhor preparação» dos voluntários e foi dada «mais visibilidade» ao peditório, através de «algo que não era habitual», salientou.

Enquanto o valor conseguido em Coimbra registou um significativo aumento, em relação a 2012, a nível nacional o peditório teve resultados inferiores aos do ano passado, quando foram angariados 300 mil euros, revelou há uma semana o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca.

Além do padre Luís Costa, vão participar na conferência, a realizar terça-feira no ISCAC, Madalena Eça de Abreu, professora desta escola e Rui Rato, presidente das Misericórdias do Distrito de Coimbra.

Moderado pelo presidente do ISCAC, Manuel Castelo Branco, o painel visa responder às seguintes questões: «Os portugueses são generosos? Quem dá mais? Os donativos dos particulares são importantes para a sustentabilidade das organizações de solidariedade social? Em que medida? O que fazem as organizações para captar donativos?».
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