Rede de pedofilia na Internet mobilizou 60 inspectores da PJ - TVI

Rede de pedofilia na Internet mobilizou 60 inspectores da PJ

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Operação Carrossel II foi altamente complexa e vai continuar

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Cerca de 60 elementos da Policia Judiciária (PJ) estiveram a trabalhar durante três meses na operação Carrossel II, que quarta-feira culminou com 18 buscas, a identificação de 23 pessoas e a apreensão de material informático, informa a agência Lusa.

Segundo fonte da PJ, esta operação internacional de combate à pornografia e abuso sexual de menores na Internet contou com a participação de 60 investigadores que trabalharam no caso durante três meses.

Pedofilia: 23 portugueses identificados em operação internacional



A operação culminou com a identificação de 23 pessoas, entre os 25 e os 30 anos, e com a apreensão de material informático: 25 computadores, 13 computadores portáteis, 33 cartões de memória, quatro máquinas fotográficas, 709 discos ópticos, 23 discos rígidos externos, um PDA e cinco telemóveis que agora serão rigorosamente analisados por peritos e investigadores.

«Estamos a ligar com um tipo de criminalidade que não escolhe extractos sociais, não há maior incidência de ricos ou pobres de uma raça ou outra», disse à agência Lusa Carlos Cabreiro, da Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) da PJ.

Um computador e uma ligação à Internet que permita a partilha de ficheiros aparentemente inocentes são os instrumentos necessários para os predadores sexuais se movimentarem no espaço virtual. Os meios - humanos e tecnológicos - nunca são suficientes para seguir os seus movimentos, explicou um responsável pela investigação deste tipo de crimes.

Para o subdirector nacional adjunto da PJ, «o carácter internacional e transfronteiriço e sem espaço definido na prática deste tipo de criminalidade obriga a um esforço efectivo de cooperação», internacional.

Carlos Cabreiro refere que os investigadores se deparam com «dificuldades técnicas relacionadas com a recolha da prova», pelo facto de se investigar alegados criminosos que «navegam» num espaço virtual: «À investigação destes crimes estão associadas as dificuldades típicas de uma prática que envolve meios tecnológicos: o seu carácter internacional e transfronteiriço, sem espaço definido e as dificuldades técnicas na recolha da prova».

Outra das barreiras que os investigadores enfrentam é o anonimato dos utilizadores destes programas. «O anonimato é um dos grandes problemas que este tipo de programas informáticos cria aos investigadores. Porém, não é por isso que as polícias não estão atentas e não têm tido sucesso nas suas investigações e desmantelado redes de pedofilia», sustentou Carlos Cabreiro.

Novos passos

O material apreendido será agora analisado pelos elementos da secção de combate aos crimes informáticos e pedofilia da DCICCEF.

«O material será analisado para determinar a responsabilidade dos seus utilizadores e a identificação dos filmes e fotografias de cariz pedófilo, tendo em vista posteriores diligências, como interrogatórios e constituição de arguidos das pessoas identificadas», explicou Carlos Cabreiro.
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