Cabecilha de rede de casamentos falsos em preventiva - TVI

Cabecilha de rede de casamentos falsos em preventiva

Prisão (arquivo)

SEF diz que cidadão indian assumiu lugar de chefia após várias« detenções ocorridas em Dezembro último

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O alegado cabecilha de uma rede de casamentos por conveniência detido a 25 de Janeiro no aeroporto de Lisboa encontra-se em prisão preventiva e as autoridades consideram que a rede foi desmantelada, escreve a Lusa.

Segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), o cidadão indiano terá assumido um lugar de chefia da organização após as detenções ocorridas em dezembro último, quando também foi aplicada a prisão preventiva a outro cidadão indiano, líder da mesma rede criminosa.

As autoridades espanholas de Múrcia, e após informação da detenção deste cidadão em Lisboa, detiveram naquela cidade o irmão do suspeito, igualmente implicado na rede.

O SEF explicou à Lusa que o detido foi detido quando se deslocou a Portugal para levar uma cidadã portuguesa à Alemanha, na tentativa de obter um título de residência para o «marido», um outro cidadão indiano com o qual havia casado anteriormente em Portugal.

Ficou assim desmantelada uma «rede criminosa, transnacional, de casamentos fictícios que se dedicava, de forma organizada, ao negócio de angariação de mulheres portuguesas para simularem casamentos de conveniência».

A realização simulada dos casamentos ocorria em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda e Alemanha com cidadãos estrangeiros, maioritariamente oriundos da Índia, Paquistão e Bangladesh, em situação de permanência ilegal ou precária no país.

Em causa, adianta o organismo, estão os crimes de associação criminosa, associação de auxílio à imigração ilegal, auxílio à imigração ilegal, casamentos de conveniência, e falsificação ou contrafação de documento, entre outros, cometidos em Portugal.

Da investigação, que durou 14 meses, resultou a detenção de dez pessoas: dois indianos, um paquistanês, uma holandesa, um brasileiro e cinco portuguesas.

A rede angariava mulheres portuguesas de zonas economicamente degradadas para casarem ou fazerem crer perante as autoridades que viviam em união de facto com indivíduos em situação ilegal, usufruindo estes, de forma fraudulenta, de um cartão de residente legal.

A investigação permitiu apurar que as supostas «companheiras» portuguesas recebiam entre mil e três mil euros líquidos para se deslocarem à Bélgica e Holanda, designadamente, permanecendo ali pelo tempo estritamente necessário à obtenção daquele cartão.

O esquema utilizado pela rede para a regularização de uma pessoa, através do casamento de conveniência, envolvia valores que podiam chegar aos 25 mil euros.

O caso está a ser acompanhado pela Europol e Eurojust, devido ao carácter organizado e transnacional deste tipo de criminalidade, segundo as autoridades, pode estar associado ao auxílio à imigração ilegal e o tráfico de seres humanos.
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