A23: acidente que matou 17 pessoas vai ser reconstituído - TVI

A23: acidente que matou 17 pessoas vai ser reconstituído

Acidente com autocarro no Nó de Fratel [António José/LUSA]

Condutor do autocarro passa a ser arguido no processo

Relacionados
O acidente na A23 que, em Novembro de 2007, provocou a morte a 17 pessoas, vai ser reconstituído em 20 de Fevereiro, segundo um despacho do juiz de instrução do processo a que a Lusa teve acesso.

Autocarro despenha-se numa ravina na A23

De acordo com o documento, o trânsito vai ser cortado entre as 10h00 e as 12h00, no sentido Sul/Norte, no troço em que se deu o acidente, junto ao nó de Fratel, concelho de Vila Velha do Ródão.

Em Setembro de 2008, o Ministério Público acusou a condutora do veículo ligeiro, Carina Rodrigo, de homicídio por negligência, por «falta de atenção e cuidado» ao ultrapassar o autocarro.

A reconstituição é uma diligência oficiosamente determinada pelo Tribunal de Castelo Branco, a par de outras que decorrem da instrução do processo.

A23: centenas nos funerais

Segundo o despacho do juiz Jorge Martins, no local do desastre vão ser colocadas viaturas com as mesmas características das acidentadas, que vão ser alinhadas com as marcas do acidente e recuar 26,8 metros.

«O esclarecimento pedido pelo Ministério Público a peritos afigura-se-nos incapaz de contribuir para um cabal esclarecimento da dinâmica do acidente», nomeadamente, «o que sucedeu nos metros que antecederam a colisão que levou a que a condutora do ligeiro ali chegasse».

O juiz pretende perceber se o condutor do autocarro, Fernando Serra - que, de acordo com o despacho, passa também a ser arguido no processo -, fez alguma manobra que influenciasse a condutora a perder o controlo e colidir.

Os cenários que serão clarificados

Por um lado, esclarecer se houve «condução imprevidente» da arguida, sendo a causadora do acidente, como concluiu a acusação, ou, por outro, se fez «uma manobra de recurso imposta pela condução do co-arguido Fernando Serra», refere o despacho.

Ou ainda, se foi «uma manobra de recurso executada de forma imprevidente e incauta» e dessa forma ser necessário «apurar a concreta responsabilidade (ou co-responsabilidade) de cada um dos arguidos».

No mesmo dia, a partir das 14h00, o juiz de instrução vai ouvir os peritos, autores do relatório de reconstituição científica do acidente que acompanha a acusação do Ministério Público, com os quais deverá abordar a reconstituição.

O despacho acesso determina ainda que o processo passe a incluir outros relatórios do acidente, pelo menos mais dois, pedidos pelas seguradoras Allianz e Zurich.

Autocarro: novas críticas ao acidente na A23

Durante os dias 5 e 6 de Março haverá novas inquirições a testemunhas, militares da GNR e ao médico que assinou o relatório sobre o estado do condutor do autocarro quando chegou às Urgências do Hospital de Castelo Branco.

Apesar de não haver indícios de que bebidas alcoólicas tenham influenciado qualquer dos condutores, o juiz quer que o médico esclareça tecnicamente porque é que o arguido não fez teste de alcoolemia, nem foi feita «recolha de sangue com vista a esse teste», obrigatório no caso.

Decisões em Maio

A audição de ambos os arguidos fica relegada para o debate instrutório, conclui o documento.

Fonte próxima do processo disse à Lusa que «estão a ser feitos todos os esforços» para a instrução do processo estar concluída «até final de Março» e para que haja decisões «nos primeiros dias de Maio».
Continue a ler esta notícia

Relacionados